Antigo tricampeão nacional, Fernando Peres, sagrou-se vencedor.
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Motores em alta rotação, pneus a chiar, nuvens de pó e muita perícia ao volante. Foram estes os ingredientes principais da 12.ª edição do Rali de Gondomar, prova que começou na sexta à noite com uma superespecial a percorrer algumas das ruas do centro da cidade e terminou esta tarde, depois da caravana se ter deslocado desde a manhã para a zona mais serrana do concelho, com especiais cronometradas nos troços de Melres, Medas e Covelo.
A competição organizada pelo Gondomar Automóvel Sport, pontuável para a Taça Nacional de Terra e para o Campeonato Regional do Norte, foi ganha pelo antigo tricampeão nacional de ralis, Fernando Peres (Mitsubishi EVO IX), com o tempo de 1.09.23 horas, ao gastar menos 31.8 segundos do que Nuno Cardoso (Mitsubishi Evo VII) e 1.22 minutos do que Ricardo Matos (Mitsubishi EVO IX), segundo e terceiro classificados.
O trajeto duro levou a que dos 24 pilotos participantes apenas 12 conseguissem terminar os 83 quilómetros (cerca de 50 quilometrados) que compuseram a edição deste ano do rali gondomarense. As primeiras desistências deram-se logo no início da superespecial, devido a avarias, mas durante o dia de hoje foram vários os carros que foram ficando pelo caminho. Só chapa e problemas mecânicos, já que não se registou qualquer acidente.
"Foi um rali muito difícil, pois o piso é sempre muito duro. Da parte da manhã perdemos muito tempo devido a um problema com os travões, não sabíamos se íamos conseguir recuperar, mas acabámos por conseguir. Andámos muito bem da parte da tarde e estamos muito contentes", anotou no final o vencedor, que disputa a Taça Nacional de Terra.
"A prova primeira correu-nos mal, desistimos, ainda faltam mais quatro. Este resultado coloca-nos numa posição de poder lutar pela Taça e é isso que vamos fazer até ao final do ano", finalizou Fernando Peres.
Pela perspetiva do piloto
Regressando ao primeiro dia de competição, o JN teve a oportunidade de acompanhar a corrida de uma outra perspetiva: do interior do carro do piloto Ricardo Matos. Imagens que evidenciam já o grau de dificuldade e a perícia que são necessárias para controlar uma máquina a alta velocidade.
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Amante da modalidade desde muito novo, foi só em 2006 que Ricardo decidiu ser federado e começar a levar mais a sério este desporto. Desde aí até então já participou em várias provas, como a Taça Nacional de Terra, na qual compete atualmente.
Mas para quem não é profissional na área - tem como ocupação ser técnico de obras - não é fácil marcar presença em todas as etapas de uma prova nacional.
"É um desporto dispendioso e não é fácil conseguir apoios para disputar um campeonato todo. Neste momento ainda espero conseguir mais alguns para participar em toda a Taça Nacional", explica o piloto, 41 anos, natural de Amarante, continuando: "Nos campeonatos regionais, que são o ponto de partida de qualquer piloto, ainda é mais difícil. Quando se chega a um patamar mais alto é que já é mais fácil ter patrocínios".
Segundo Ricardo Matos, falta dar mais visibilidade nas televisões e imprensa ao que de bom se faz nesta área. "Somos o país que tem tudo e não sabe aproveitar quase nada. De Norte a Sul temos condições excelentes para a prática desta modalidade, com paisagem lindíssimas e troços dificílimos", finaliza.