Documento traça medidas complementares às da Direção-Geral da Saúde para que o reatamento do campeonato nacional se faça com risco mínimo de contágio à Covid-19.
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Seja ou não em meados de junho, para onde apontam as melhores perspetivas, o retomar da edição 2019/20 do campeonato nacional, trará com ele uma nova era para o futebol português, bem diferente daquele que conhecemos até aqui. A pandemia da Covid-19 a isso obriga. E o documento que serve de orientação, elaborado pelos médicos dos clubes participantes nas duas ligas profissionais, em que foram ouvidos diversos especialistas na área da infecciologia, pneumologia, medicina interna, saúde pública e cardiologia desportiva, prevê mudanças significativas nas rotinas habituais, todas elas relacionadas com a segurança sanitária, tanto em treinos, como em estágios, deslocações e jogos.
De acordo com as orientações definidas para jogadores, treinadores e staff, no documento a que o JN teve acesso, a famosa roda de final de jogo celebrizada por Sérgio Conceição, no F. C. Porto, não se repetirá.
As outras equipas que promoviam essa espécie de grito de guerra antes do apito inicial também não o poderão executar, nem sequer no balneário. O documento prevê igualmente a suspensão do acompanhamento de crianças na entrada dos jogadores em campo. A saudação inicial e final, com cumprimento físico entre os jogadores das duas equipas e os árbitros, também tem os dias contados, pelo menos até ao momento em que o novo coronavírus der tréguas. No que toca a estas medidas da manutenção possível do isolamento social, as reuniões entre o staff dos dois clubes que se defrontam, de preparação dos jogos, ou aquelas com as forças de segurança deverão ser feitas exclusivamente por videoconferência.
Partindo do princípio que as dez jornadas em falta não se realizarão numa espécie de torneio, em campo neutro, as recomendações vão no sentido de os estágios terem curta duração e, se possível, serem substituídos por deslocações no próprio dia do jogo. Nas viagens de autocarro devem seguir apenas jogadores e treinadores e, cada elemento, deve sentar-se sozinho num lugar de dois e sempre com a máscara colocada, recomendação que também abrange o motorista. O veículo deve ter desinfetante à disposição. O uso do ar condicionado, aqui como nos hotéis, deve ser evitado.
Quartos individuais
No que concerne à estadia, é preferível a atribuição de quartos individuais e, quando não for possível, recomenda-se as camas individuais, separadas, no mínimo, por um metro. Evitando sempre o contacto com o staff do hotel, sugere-se que as refeições sejam feitas em espaços arejados. Nas viagens de avião, o grupo de trabalho deve privar-se de se sentar nos bancos dos aeroportos.
Estas medidas, que visam promover um baixo risco de contágio, servem para dar sequência às que são determinadas pela Direção-Geral da Saúde, como por exemplo a regular lavagem de mãos.