Reinaldo Teixeira promete mais ação na centralização: “Ainda não há propostas em cima da mesa”
O novo presidente da Liga de Clubes elegeu, esta quarta-feira, a centralização dos direitos televisivos como prioridade imediata e alertou para a ausência de propostas a um ano do prazo legal. Prometeu transparência total e quer envolver Governo, clubes e Federação num novo ciclo do futebol profissional.
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Reinaldo Teixeira, o novo presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, revelou que o organismo ainda não recebeu qualquer proposta para a aquisição dos direitos audiovisuais das competições, colocando o tema no topo das prioridades.
“A Liga ainda não recebeu qualquer proposta concreta de aquisição. E não temos, sequer, uma chave de repartição futura aprovada pelos clubes”, afirmou durante cerimónia oficial de tomada de posse, traçando um cenário de urgência num dossiê que já leva mais de uma década de promessas e impasses.
Com apenas um ano até à entrega do modelo final à Autoridade da Concorrência, Reinaldo Teixeira não quer perder tempo. Garantiu que já estão marcadas reuniões formais com os principais operadores e plataformas de conteúdos a atuar em Portugal.
“Os clubes vão conhecer tudo, sem filtros”, assegurou o novo líder, que assumiu o cargo com 81% dos votos após a disputa eleitoral com José Gomes Mendes.
A centralização, sublinhou, é muito mais do que um objetivo financeiro, falando numa oportunidade única de refundar o futebol português. “Será a maior demonstração de união do setor e pode marcar um novo ciclo para todos os envolvidos no futebol profissional”, afirmou.
Numa mensagem direta ao Governo, Reinaldo Teixeira pediu atenção especial à carga fiscal sobre o futebol, com destaque para o IVA aplicado aos bilhetes e os custos dos seguros obrigatórios. Considera que o setor deve ser reconhecido pelo impacto social que tem, sobretudo junto dos mais jovens.
O discurso teve também espaço para um apelo à Federação, representada na cerimónia pelo presidente Pedro Proença. Reinaldo garantiu ao antecessor estar disponível para trabalhar lado a lado com a FPF, mas deixou claro que a Liga terá voz ativa em temas como arbitragem, disciplina, quadros competitivos e redistribuição de receitas das apostas. “Vamos fazer da Liga Portugal uma referência. Com ação, com valores e com resultados”, afirmou.