Tal como havia feito no jogo frente à Alemanha, o Japão virou o resultado frente à Espanha (2-1) com dois golos consecutivos, após o intervalo. O resultado atira os germânicos para fora do Mundial.
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Se a ideia do Japão, que contou com o sportinguista Morita a tempo inteiro, passava por aguentar o 0-0 até uma fase do encontro em que um maior risco pudesse deixar a Espanha desconfortável, o plano não demorou a ruir.
Desde o pontapé de saída que se percebeu que a seleção ibérica ia ser, ao longo da primeira parte, o que sempre foi com Luis Enrique ao leme, um organismo vivo apaixonado pela bola, que faz de tudo para a manter na sua posse.
Não fosse um disparate de Busquets, algo desligado do jogo na primeira parte, e um calafrio causado pelo seu guarda-redes, Unai Simón, a primeira parte da Espanha teria sido um autêntico passeio no parque, a que Morata deu uma maior sensação de prazer com o 1-0, ao minuto 12. Depois de ter marcado à Costa Rica e à Alemanha, o nem sempre bem-amado avançado do Atlético de Madrid fazia o pleno na fase de grupos.
Com a Alemanha a cumprir o seu papel diante da Costa Rica, Hajime Moriyasu, selecionador nipónico, fez uma dupla alteração ao intervalo e o Japão como que renasceu.
Aos 48 minutos, o recém-entrado Doan disparou para o empate, após uma saída de bola desastrada do setor recuado espanhol, e apenas dois minutos depois chegou o 2-1 do Japão, apontado por Tanaka, na sequência de um lance em que só a tecnologia conseguiria provar que a bola não saiu na totalidade antes de chegar à cabeça do médio nipónico.
Num ápice, a seleção asiática subia ao primeiro lugar do Grupo E e, mais chocante, atirava a Alemanha para fora do Mundial. Se este cenário parecia surreal, mais bizarro ficou com a reviravolta da Costa Rica frente à seleção germânica, que deixava os dois gigantes europeus virtualmente fora do torneio à entrada dos derradeiros 20 minutos.
A Alemanha não demorou a corrigir as coisas no seu jogo, mas a situação parecia bem mais complexa para a Espanha, que sentia dificuldades para furar a boa organização defensiva nipónica, que transmitia muita confiança a cada desarme e tentativa anulada aos espanhóis.
Perto do fim, Yoshida e Gonda, antigo guarda-redes do Portimonense, bloquearam as melhores ocasiões espanholas para chegar ao empate, para desespero dos alemães, que já venciam por 4-2 mas precisavam de um golo de Espanha para se apurarem para os oitavos de final.
Como o 2-1 não se alterou até final, o Japão terminou o alucinante Grupo E na primeira posição e vai defrontar a Croácia nos "oitavos". Quanto à Espanha, segunda classificada, medirá forças com Marrocos. Fora destas contas ficou a Alemanha, naquela que é, até ver, a maior surpresa do Mundial do Catar.