O gestor de 51 anos apresentou a candidatura às eleições presidenciais do Sporting, marcadas para 5 de março, focando-se na gestão financeira dos leões.
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"Não me candidato contra ninguém, mas entendi que deveria dar este passo porque os sportinguistas precisam de refletir sobre a realidade do clube e ter consciência das dificuldades que nos esperam se continuarmos neste caminho", começou por explicar, acrescentando ainda que avançou por estar "convicto que só com uma gestão racional, ambiciosa e profissional em todos os setores do clube poderemos eliminar o fosso que nos separa dos nossos rivais".
Mostrando-se "satisfeito" com os recentes sucessos desportivos, aponta Ruben Amorim como o principal motivo, alertando que é necessário preparar o futuro do clube para uma eventual saída do técnico. "Ninguém poderá estar mais satisfeito do que eu com o sucesso de Ruben Amorim, mas o Sporting não pode estar dependente de um treinador e das suas relações pessoais para a gestão do core business do clube. Por mais que a Direção atual não se queira preparar para um pós-Rúben Amorim, a verdade é que um treinador com as suas qualidades mais tarde ou mais cedo seguirá o seu percurso em ligas mais competitivas que a portuguesa. Basta uma rápida análise às opções da estrutura do futebol antes do Rúben Amorim para perceber que não existe um critério definido para a construção de um Sporting de futuro. Dos jogadores contratados nas três janelas de mercado entre 2019 e 2020 nenhum tem papel ativo no atual plantel", explicou, antes de abordar a reestruturação financeira que tem planeada para o clube.
"A reestruturação financeira é indispensável para a sobrevivência da maior potência nacional. É imperativo conseguir um financiamento entre 150 a 200 milhões de euros, com juros baixos, para recomprar as VMOC, pagar a dívida em incumprimento e pagar os empréstimos. Com a recompra das VMOC terá 135 milhões de ações, ou seja seremos donos de 88% da SAD. O clube poderá alienar até 66 milhões de ações para garantias futuras, mantendo maioria, e aceitando parceiros estratégicos, mas sempre com a palavra final para o clube. Comigo, o Sporting pode estar seguro. Não vamos perder o controlo da SAD, o que o atual rumo está longe de poder garantir", atirou, revelando acreditar na atração "de alguns investidores".
Dias Ferreira marcou presença
Candidato à liderança em 2018, Dias Ferreira, que tinha nas suas listas o atual candidato Ricardo Oliveira, mostrou confiança nas capacidades do gestor e descartou regressar aos leões.
Conheço-o muito bem. Sei da sua capacidade de gestão desportiva. O currículo fala por si. Trouxe-o para a campanha em 2018, tenho toda a confiança na capacidade financeira. Vou fazer 75 anos. Estou a apoiar por fora. Não estou disponível para cargos no clube. Procurei priorizar essa reestruturação financeira. A gestão desportiva das modalidades vive dos diretores e seccionistas, que trabalham com amor e dedicação e com qualquer presidente. Na primeira vez da minha vida sou fã do Rúben Amorim. Temos de criar as condições para sustentar um treinador como ele, vendendo o menor número de jogadores possíveis. Tem uma capacidade de rentabilizar os jogadores. Esta candidatura é de convicção. Se o Sporting estivesse mal, seria uma candidatura oportunista. Não o é. Toda a gente vê que Ricardo Oliveira tem coragem e convicção para avançar. Por isso é que o apoio. Devo dizer que o convidei naquela altura para que ele se fosse preparando, para que fosse conhecendo os pontos. Fui o primeiro subscritor da candidatura dele", explicou.
Ricardo Oliveira terá como oponentes nas eleições de 5 de março Nuno Sousa e o atual presidente Frederico Varandas. Apresenta no currículo a presidência da Federação Portuguesa de Padel, sendo ainda membro do Board da Federação Europeia de Padel. Organizou, em 2020, as conferências Sporting Com Rumo e é acionista da SAD leonina.