O ciclista equatoriano Richard Carapaz (EF Education-EasyPost) somou, esta quarta-feira, a oitava vitória em etapas em grandes Voltas, depois de, com um ataque demolidor a nove quilómetros da meta, vencer a 11.ª tirada da Volta a Itália.
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Sem qualquer vitória há 308 dias, desde o triunfo na 17.ª etapa da Volta a França, o equatoriano, de 31 anos – é o mais velho vencedor de etapa desde 2023 –, aproveitou a junção do grupo dos favoritos com a fuga para surpreender com um forte ataque, que lhe permitiu cortar a meta em 4:35.20 horas, após os 186 quilómetros entre Viareggio e Castelnovo ne’ Monti.
“Foi uma etapa bastante dura. Desde a primeira subida vimos que havia muita gente a sofrer e no final sabia que tinha boas pernas, tinha apenas de escolher o momento indicado, sabia que podia selecionar o grupo, mas acabei por ficar sozinho, depois foi um contrarrelógio para mim até ao final”, disse Carapaz, que reconheceu que voltar a vencer foi “algo muito especial, muito emocionante”.
O mexicano Isaac del Toro (UAE Emirates) mostrou novamente ao espanhol Juan Ayuso, seu companheiro de equipa e que era, em teoria, o chefe de fila, que vai lutar pela liderança da equipa, ao ser segundo, a 10 segundos, somando mais seis segundos de bonificação, com o italiano Giulio Ciccone (Lidl-Trek) a ser terceiro com o mesmo tempo.
Del Toro passou a ter 31 segundos de avanço sobre Ayuso e 1.07 minutos sobre o italiano Antonio Tiberi (Bahrain-Victorius), com Carapaz a ser o grande vencedor do dia, ao subir a sexto, agora a 1.56, garantindo que até ao último dia do Giro vai continuar a lutar por nova vitória final, depois de 2019, apesar de ter “grandes adversários”.
As três contagens de montanha do dia – a última de segunda categoria a cinco quilómetros do final – prometiam uma etapa atacada, e ainda sem uma fuga totalmente criada, o colombiano Egan Bernal (INEOS) atacou logo na primeira dificuldade, uma subida de primeira categoria aos 94 quilómetros.
Ao colombiano responderam Ayuso e Del Toro, criando-se um pequeno corte no pelotão, que, contudo, acabou por ser rapidamente anulado, com a fuga finalmente a formar-se já dentro dos 100 quilómetros finais.
O italiano Lorenzo Fortunato (XDS Astana) atacou primeiro para somar mais pontos na luta pela classificação de montanha, recebendo depois a companhia do neerlandês Wout Poels (XDS Astana), do espanhol Pello Bilbao (Bahrain-Victorius), do colombiano Nairo Quintana (Movistar) e do australiano Luke Plapp (Jayco AlUlA).
Os cinco pedalaram na frente da corrida, nunca com uma distância muito grande do pelotão, com a perseguição da Q36,5 e da Lidl-Trek a diminuírem drasticamente a vantagem nos 30 quilómetros finais, com a fuga a ser alcançada a nove quilómetros da meta, quando Carapaz fez o ataque decisivo.
A UAE Emirates controlou a perseguição, não permitindo que mais ninguém saísse do pelotão, com o ritmo inicial a causar dificuldades a alguns ciclistas, como o esloveno Primoz Roglic (Red Bull-BORA-hansgrohe), mas que acabaram por reentrar no grupo principal.
O português Afonso Eulálio (Bahrain-Victorius) terminou a etapa na 43.ª posição, a 4.46 minutos de Carapaz, e subiu a 77.º da geral, a 1:02.45 horas.
Na quinta-feira, o pelotão do Giro vai percorrer 172 quilómetros entre Módena e Viadana, num percurso acidentado na primeira metade, mas praticamente plano na segunda.