Numa conferência de imprensa peculiar, o selecionador nacional, Roberto Martínez, respondeu a perguntas feitas por adeptos da equipa das "Quinas".
Corpo do artigo
Para Roberto Martínez, um internacional português tem de ser capaz de "jogar debaixo de pressão". "Todos os jogadores têm qualidades importantes, mas no futebol internacional não há margem de erro. O futebolista português tem essa capacidade, está preparado para ser competitivo e para estar nas decisões", referiu.
O técnico espanhol confessou igualmente que aceitou o convite da Federação Portuguesa de Futebol pela "grande reputação que a seleção tem a nível mundial", uma equipa composta por "futebolistas muito competitivos". "Era um projeto impossível de rejeitar", sublinhou.
Os primeiros jogos ao serviço da equipa das "Quinas" estão a sensivelmente um mês de distância, frente a Liechtenstein (23 de março) e Luxemburgo (26 de março), referentes ao Grupo J de qualificação para a fase final do Campeonato da Europa de 2024.
"Não há margem de erro, ninguém vai ter a vida fácil. Tenho a experiência de 28 jogos em fases de qualificação e espero o mesmo de sempre. Temos de encontrar forma de estar preparados", explicou Roberto Martínez, que se definiu como um técnico ofensivo: "Gosto de ter uma equipa de ataque, de tentar marcar golos e de ganhar, porque jogar bem sem ganhar não existe no futebol. Prefiro ganhar por 5-4 em vez de 1-0".
Sobre o nosso país, elogiou "o clima, a comida" e a "mentalidade e cultura futebolística". "Vive-se muito o futebol e há uma rivalidade muito forte e sã. É um país incrível", disse.
Fã de cozido à porturgesa, Martínez revelou ainda que, se não fosse treinador, provavelmente seguiria a carreira de fisioterapeuta. "Fiz a licenciatura e sempre me interessei muito pela recuperação de lesões e sobre como reage o corpo a determinados exercícios", explicou.
O técnico falou também sobre a seleção feminina, que se qualificou recentemente para a fase final do Mundial, que se realiza no próximo verão. Definiu-a como "uma equipa competitiva, com muitos sonhos e vontade de conseguir coisas históricas".
"Vi os jogos do play-off (europeu) contra a Bélgica e a Islândia e, agora, contra os Camarões. A primeira vez que se consegue um feito histórico torna esse grupo muito especial. O treinador (Francisco Neto) está a fazer um grande trabalho, de há muitos anos", acrescentou Roberto Martínez.