Rodríguez vence etapa do Tour marcada por grande queda e duelo épico entre os favoritos
Ciclista espanhol da Ineos conseguiu primeiro triunfo no Tour, numa jornada manchada por uma queda coletiva que fez o português Rúben Guerreiro abandonar. O camisola amarela Jonas Vingegaard foi muito atacado pelo rival Tadej Pogacar, mas conseguiu resistir e aumentar a sua vantagem, na geral, para 10 segundos
Corpo do artigo
O espanhol Carlos Rodríguez (Ineos) venceu, este sábado, a 14.ª etapa da Volta a França, numa jornada recheada de emoção e incidentes, apimentada por um intenso duelo entre o camisola amarela Jonas Vingegaard e o segundo classificado, o esloveno Tadej Pogacar (UAE-Emirates), que acabou por ser mais favorável para o líder da prova.
Rodríguez, de 22 anos, o grande vencedor do dia, capitalizou, na parte final da etapa, o desgaste do duelo entre Vingegaard e Pogacar, para seguir isolado para a meta, conseguindo o primeiro triunfo no Tour e acabando por subir ao terceiro lugar da classificação geral. Na batalha pela camisola amarela, Vingegaard, apesar de muito atacado por Pogacar, conseguiu sair-se melhor no “jogo” das bonificações e, mesmo cruzando a meta atrás do principal rival, conseguiu aumentar a vantagem na geral para 10 segundos.
A etapa, disputada na região dos Alpes, ficou manchada por uma enorme queda coletiva, logo no quinto quilómetro, que causou muitos danos no pelotão, nomeadamente no português Rúben Guerreiro (Movistar), que acabou por desistir, mais tarde, devido às mazelas sofridas. Pelo caminho ficaram, também, nomes importantes na classificação geral, como o francês Romain Bardet (DSM-Firmenich), então 12.º classificado, e o sul-africano Louis Meintjes (Intermarché-Circus-Wanty), que seguia em 13.º.
O incidente abalou o ritmo inicial da tirada, que só voltou a ganhar verdadeira emoção a cerca de 60 quilómetros da meta, quando os principais classificados se juntaram num grupo selecionado, comandado, numa primeira instância, pela equipa do camisola amarela. O ritmo da Jumbo-Visma, e mais tarde da UAE-Emirates, acabou por reduzir o lote dos resistentes, até deixar a solo Pogacar e Vingegaard, que protagonizaram um duelo diabólico, que ficará para a história deste Tour.
O esloveno, a 15 quilómetros da meta, testou a resistência do líder da corrida, e com um forte ataque, na derradeira subida, chegou a cavar seis segundos de vantagem para Vingegaard. O dinamarquês não perdeu a calma e conseguiu, pouco depois, juntar-se a Pogacar, que quando tentou novo ataque, para bonificar no topo da montanha, viu a ação travada por duas motas da organização, que seguiam à frente de ambos.
Pogacar, desanimado, quebrou e o camisola acabou por amealhar a bonificação, antes da descida final para a meta. Aí, os principais favoritos fizeram um momentâneo pacto de não agressão, aproveitado por Carlos Rodríguez, que vindo de trás passou o duo e seguiu isolado para a meta.
Pogacar ainda tentou alcançar o espanhol, para amealhar o máximo de bonificação na chegada à meta, mas o melhor que logrou foi ser segundo classificado, com Vingegaard a seguir na sua rota, e conseguir que nas contas da geral a sua vantagem para o esloveno passasse de 9 para 10 segundos.