Roger Schmidt: “António Silva e João Neves não eram conhecidos quando cá cheguei”
Roger Schmidt, técnico do Benfica, concedeu uma entrevista, esta quarta-feira, à revista alemã Sportschau, que teve como tema a forte aposta na formação encarnada para alcançar o “sucesso”.
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A três dias do duelo com o Famalicão, a contar para a quarta eliminatória da Taça de Portugal, Roger Schmidt, treinador do Benfica, esta quarta-feira, em entrevista à revista alemã Sportschau, analisou o papel da formação encarnada no sucesso do clube.
"O Benfica tem uma equipa sub-19, sub-23, uma equipa B que joga na segunda liga portuguesa e a equipa profissional. O grande número de jogadores aumenta a probabilidade de um ou dois chegarem à principal todos os anos", começou por dizer.
"O departamento goza da mais alta reputação. Cada equipa não tem 20 jogadores, mas o dobro. Assim há sempre duas equipas completas por ano. Os jogadores mudam constantemente de equipa, posição e tarefa. Não há aqui nenhuma situação em que um jogador tenha pouco tempo de jogo", revelou ainda, quando questionado sobre o “segredo” para o sucesso da formação das águias.
António Silva e João Neves, duas das maiores pérolas do emblema encarnado, foram lançados na equipa principal pelo técnico alemão e, segundo Schmidt, são exemplos de jogadores jovens que conseguiram agarrar a titularidade com êxito.
"Os jogadores dão um salto todos os anos. Esta é uma parte importante do ADN do clube. Jogadores como António Silva e João Neves, que acabaram de passar pela formação e agora são jogadores regulares para mim, nem eram conhecidos quando comecei aqui em 2022. Talvez não exista nenhum clube na Europa que tenha o mesmo sucesso na formação com jogadores de classe mundial", sublinhou o antigo treinador do PSV e Bayer Leverkusen.
"Os melhores jovens jogadores têm a oportunidade de treinar connosco. O leque de escolha é impressionante. É claro que, especialmente durante a pausa internacional, muitos jogadores do meu plantel profissional viajaram para as suas seleções. Às vezes, eu só tinha nove jogadores. Organizámos um jogo-treino de onze contra onze uma tarde. Estava lotado de jovens. Havia alguns lá que eu nunca tinha visto antes. Mas o nível deste jogo foi muito forte. Nível realmente alto”, lembrou ainda.
"É um sonho para os jovens jogadores do Benfica estar um dia em campo pela equipa profissional. Não querem sair. Eles dão tudo pelo seu sonho. E quando entram na equipa profissional, ficam extremamente orgulhosos. Então, eles ficam literalmente com medo de que o clube os venda. Eles querem jogar no Benfica", completou o técnico de 56 anos.
A “continuidade”, para Roger Schmidt, é o segredo para o sucesso de um clube como o Benfica, que é “parte importante das vidas de seis milhões de benfiquistas”.