Na antevisão ao encontro com o Arouca (sábado, 20.30 horas), Ruben Amorim garantiu ainda que a prioridade é o campeonato e volta a frisar que o Sporting não irá ao mercado em janeiro.
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Depois do empate a meio da semana frente ao Tottenham, o Sporting regressa domingo ao campeonato, jogando em Arouca, numa partida onde não contará com Morita e Paulinho "O Morita está fora, não sei por quanto tempo, o Paulinho e o Neto também. O Esgaio volta, o St. Juste continua limitado, mas o resto do pessoal está pronto para o jogo", referiu Amorim, na antevisão à partida.
O técnico de 37 anos garantiu que os leões vão "apresentar a melhor equipa, não a pensar no Eintracht, porque a nossa prioridade é o campeonato, onde estamos atrasados", até porque, considera, "a energia vai ser muito importante neste jogo" e, por isso, vai "apresentar os jogadores mais frescos".
Sobre o bom momento das equipas portuguesas nas competições europeias, realça o trabalho desenvolvido com menos investimento. "Nós fazemos muito com menos em relação a outros campeonatos. Treinadores, clubes, formação, departamentos, trabalham todos muito bem. Talvez no campeonato tenhamos que mudar em muita coisa, como a organização. Em Portugal não há muito a ideia do investidor. Faz parte das características dos clubes e do nosso campeonato. Em tudo o que está relacionado com o futebol, somos muito profissionais", assegurou, explicando que a vantagem pontual do Arouca para o fundo da tabela dificulta a vitória dos leões.
Quanto mais vão ganhando pontos e ficam mais livres na tabela. As últimas equipas da classificação estão a perder muitos pontos, o que dá tranquilidade às outras equipas. O Arouca é muito perigoso nas transições. Quanto mais essas equipas se libertam da pressão dos pontos, melhor jogam, e contra os grandes, como o Sporting, não têm pressão. Se formos poupar jogadores, não vamos ganhar nem um jogo, nem o outro. O melhor que temos a fazer é ganhar ao Arouca, é a melhor forma de preparar o Eintracht", justificou.
O JN apresentou ontem os números de aposta de jogadores de formação do Sporting lançados por Amorim, motivo de conversa na conferência de imprensa. "Olhámos para os jogos do Marselha. Quando surgem as oportunidades eles têm de estar preparados. O único defesa esquerdo que tínhamos para o jogo com o Tottenham era o Nazinho. Pensámos na entrada do St. Juste mas não estava no limite de tempo dele. O Morita saiu e podíamos pensar em baixar o Pote e meter um jogador mais experiente na frente, mas temos o Mateus [Fernandes] e o Sotiris. O Fatawu era o jogador mais explosivo da nossa equipa, é o melhor deles de cabeça, apesar das dificuldades táticas. Não metemos os miúdos por meter. Eles fazem parte do nosso projeto", garantiu, abordando o desempenho recente de Marcus Edwards.
"O Marcus deu mais nas vistas pelas características, é o mais explosivo entre linhas. É o que tem mais capacidade para levar a bola para a frente e tirar jogadores da frente. Ele não é muito regular durante todo o jogo, mas nos contamos todas as ações de êxito, quem e que transporta mais a bola e como mais sucesso, contra o Santa Clara foi ele. Tem vindo a crescer na forma como entende o jogo, como defende e no desequilíbrio individual. No jogo em casa ele passa por meia equipa. O golo, ele faz uma tabela com o Paulinho, transporta a bola, assume o remate e faz golo. O Marcus tem crescido muito, mesmo fisicamente. Ele motiva-se bastante, agora a jogar contra o Tottenham teve uma motivação especial", assegurou.
O Sporting parte à procura da terceira vitória consecutiva no campeonato, algo que Amorim sente ser quase obrigatório. "Uma equipa grande tem de ter sequência de vitórias e nós não temos tido. Isso ajuda em tudo. Ganhar em Arouca faz diferença na forma como os adeptos e nós olhamos para o próximo jogo. Não podemos perder mais pontos, principalmente até à paragem do Mundial."
Amorim tem sido associado a vários clubes, mas assegura que tal não destabiliza o plantel. "Eles não ligam. Sou muito sincero com eles e eles sabem com o que podem contar. Sabem que um dia está um treinador e noutro dia está outro. Apesar de serem jovens já conhecem bem o negócio. E aqui não estamos a falar de eu ir para outro clube, pode ser com os maus resultados e eu ir embora. Sou muito sincero com eles e tento dar tranquilidade nesse aspeto. Nunca alimentei nada disso. São coisas que se ouvem lá fora, acho que não mexe com eles".
Sobre o facto de não olhar para as bolas paradas, explicou que o faz para pensar no jogo. "Não vejo as bolas paradas desde que estou cá. É o único momento em que consigo parar e pensar um bocadinho no jogo. As bolas paradas são o único momento que está entregue a outra pessoa e onde consigo pensar. O penálti sim, acho que era importante. Senti que o Casa Pia foi um momento muito importante, mais do que os títulos até. Sempre fui assim. Este banco é aberto e vocês reparam, mas eu não vejo as bolas paradas, esse é o meu momento de desligar e de outro treinador assumir. Acho que não passa ansiedade nenhuma", atirou, antes de explicar o projeto de mercado.
"Ainda não pensámos nisso, mas a ideia é não ir ao mercado, até pelas razões que já disse. Temos de fazer contas aos jogadores mediante as competições que temos e a pausa do Mundial vai dar para fazer essa avaliação. Se não ganharmos ao Arouca volta a turbulência. Depois temos um jogo que conta para outra competição, e se não conseguirmos o apuramento ainda torna tudo pior. Faz parte de jogar num clube grande. Temos de nos focar apenas no Arouca, que é um dos jogos mais importantes. Ganhando ao Arouca fica tudo mais fácil para vencer o último jogo do grupo. Ainda vamos jogar contra toda a gente, vamos ter sempre uma palavra a dizer no título. Enquanto for possível, lutamos por todos os jogos e títulos"., concluiu.