Ruben Amorim sobre ida para o United: "O único pedido que fiz é que fosse no final da época"
Numa conferência pós-jogo diferente, Ruben Amorim abriu o jogo e explicou tudo sobre a transferência para o Manchester United. O técnico afirmou que já tinha dialogado com os responsáveis que pretendia sair no final da temporada, garantiu que não foi a primeira vez que um clube bateu a cláusula.
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"Não consigo dizer muito. É a fase de as pessoas sentirem o que têm de sentir. Queria apenas começar por explicar a situação. No início da época tive uma conversa com o presidente e o Viana, e disse, 'aconteça o que acontecer, esta é a minha última época no Sporting'. Ela arrancou, começou bem, surgiu esta oportunidade do Manchester United, pagaram a cláusula, o presidente defendeu os seus interesses. Nunca discuti nada e, depois, a negociação chegou a mim. O único pedido que fiz, durante três dias, era para ser no final da época. E foi dito que não era possível e se não iam buscar outra opção. Assim sendo, tive três dias para ter uma decisão que muda radicalmente a minha vida. Foi isso que fiz", começou por esclarecer Ruben Amorim.
O técnico leonino referiu mesmo já terem existido propostas semelhantes, mas garantiu que ansiava pelo contexto do gigante emblema inglês e até comparou ao Sporting que encontrou quando chegou.
"Já tive outras ocasiões, não é a primeira, nem a segunda vez, que tenho a cláusula paga. E a verdade é que quero aquele contexto, porque permite-me fazer as coisas à minha maneira. É igualzinho ao Sporting, Custou-me mais a mim do que a qualquer sportinguista sair. Não houve confusão nenhuma, mas salvaguardar interesses desportivos. Não pude dizer nada mais cedo, se não diria. Apareceu um clube que sabia que daqui a sete meses não teria, e daqui a seis sairia do Sporting", afirmou.
E acrescentou: "Cheguei a uma altura que tive de decidir e decidi. Vou muito mais descansado agora para casa. Houve muita gente que disse que é por dinheiro, e eu ganharia mais três vezes no último clube que pagou a minha cláusula. Adoro o clube, toda a gente, independentemente do que as pessoas possam pensar. A minha escolha foi sair neste momento, porque foi dito era agora ou nunca".
Ruben Amorim lembrou que só será treinador do Manchester United a partir do dia 11, referiu ter dado tudo pelo Sporting: "Custa-me muito sair daqui, estou muito confortável e sou muito feliz. Adoro o clube, o meu staff, toda a gente. A minha escolha foi sair porque me foi dito que era agora ou nunca".
O técnico, esquivou-se à pergunta sobre João Pereira, disse que não irá contratar Gyokeres, fazendo alusão à cláusula elevada, e que não se move pelo dinheiro.
Já alguns troféus deixam uma pequena mágoa: "O que ficou por fazer no Sporting foi ganhar todos os títulos que devíamos ter ganho. Uma Supertaça que nos marca, a Taça de Portugal que não ganhamos ... e tenho a convicção que vamos ser bicampeões. Ganhamos outros títulos, criámos uma família aqui, lançamos muitos jogadores, já parece que me estou a despedir, mas ainda há dois jogos para vencer", evocou.
Por fim, diz que não houve revolta no balneário, embora compreenda alguma tristeza, e destacou que não foi o único autor de uma obra de sucesso: "Foi toda a estrutura. Tudo aqui melhorou. Não fui embora quando fomos campeões a primeira vez, não fui embora quando ficámos em quarto, não saí quando fomos campeões a segunda vez, apesar do avião [risos]. Saio agora, porque ia sair daqui a sete meses e apareceu o clube que eu queria. Não o podia deixar fugir. As coisas precipitaram-se desta forma".