Rubiales: "Não se pode questionar Jenni Hermoso, mas a mim sim? Porque sou homem?"
Luis Rubiales voltou a falar sobre o polémico beijo que deu, na boca, a Jenni Hermoso, após a conquista pela Espanha do último Mundial feminino de futebol, garantindo que não coagiu a jogadora na sequência do episódio.
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Em entrevista à estação espanhola “La Sexta”, Rubiales, antigo presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, defende que “quem vê as imagens não pode dizer que (o que aconteceu) é uma agressão sexual”, referindo-se ao beijo dado, na boca, a Jennifer Hermoso, durante a cerimónia de entrega da taça de campeã do mundo à seleção espanhola feminina de futebol, no verão do ano passado, na Austrália.
“De sexual, não houve nada. A senhora Hermoso mudou a sua versão, mas não no avião, apenas no momento em que começaram a surgir pressões. Só falei 10 segundos com ela. Disse-lhe que a comunicação tinha pedido para sairmos juntos e ela não quis”, contou o ex-dirigente, repetindo que “não houve coação” na sequência do episódio.
“Com a Jenni havia uma relação de amizade e aquele foi um momento de alegria. Quem não tem paz sou eu. A Jenni disse que era um beijo entre amigos à frente das minhas filhas. Eu não a ataco, só digo que ela não disse nada e por escrito foi diferente. Eu não mudo a minha opinião”, referiu.
Luis Rubiales deixou, igualmente, uma questão no ar: “Não se pode questionar a senhora Jenni Hermoso, mas a mim sim? Porquê? Porque sou homem?”.
O antigo dirigente falou ainda sobre ter-se mudado para a República Dominicana, após ter estalado a polémica. “Também tenho de procurar viver com honra. É um país que é um paraíso, mas não fiscal. Todo o dinheiro que transferi para lá passou por um processo de anti-branqueamento de capitais”, garantiu.
Luis Rubiales regressou, ontem, a Espanha, acabando detido, ainda no aeroporto de Madrid, pela acusação do crime de corrupção que impele sobre si, referente a eventuais irregularidades em contratos celebrados pela federação espanhola de futebol, entre 2018 e 2023.
No âmbito deste processo, também Gerard Piqué, antigo futebolista do Barcelona e dono da empresa Kosmos, intermediária no negócio que levou a Supertaça espanhola a disputar-se na Arábia Saudita, está a ser investigado pelas autoridades espanholas. Em causa estão suspeitas de corrupção.