Rui Águas: "Em termos coletivos, o Gonçalo Ramos é mais forte que o Cristiano"
Entre Gonçalo Ramos e Cristiano Ronaldo, como pontas de lança, o antigo jogador e treinador Rui Águas considera que Ramos "é mais forte, em termos coletivos". Já na finalização, Cristiano é "número 1".
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O antigo avançado esteve esta terça-feira em Viana do Castelo, a participar no Fórum de Treinadores da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), onde interveio num painel sobre "O ponta de lança". O evento reúne cerca de um milhar de treinadores naquela cidade até ao final da tarde desta terça-feira.
Questionado pelos jornalistas no final da intervenção, enalteceu as virtudes de Gonçalo Ramos, que considerou ter dado "um salto enorme", no percurso. Descreveu-o como um jogador com "potencial claro, físico, técnico, um rapaz que no ar joga como normalmente não se vê hoje em dia. É muito completo, tem participação defensiva, tem algumas coisas em que é melhor". "É aquele jogador com quem mais me identifico, desde que deixei de jogar", acrescentou.
À questão sobre quem escolheria para a posição de ponta de lança, entre Gonçalo Ramos e Cristiano Ronaldo, para o 11 inicial da seleção, o antigo avançado respondeu: "É uma pergunta difícil. Poderão jogar os dois. Agora, neste momento, em termos coletivos, o Gonçalo é mais forte, porque preenche muito mais espaço. É um jogador com uma mobilidade incrível". E quanto a Cristiano Ronaldo, comentou: "Na finalização, está acima de quase todos no mundo". Referiu ainda que para a seleção "o Cristiano leva a experiência e o Gonçalo leva a frescura física que lhe dá a possibilidade de ser mais um, quando a equipa perde a bola e isso o Cristiano não faz".
Ainda em declarações aos jornalistas, Rui Águas recordou que hoje em dia, face a diversas condições, é possível jogar até mais tarde.
"O nível de profissionalismo a que se chegou, quer individual, quer dos próprios jogadores, a informação, a educação, o cuidado, todos os meios que existem, nutrição, recuperação, [tudo isso] é um mundo que nós não possuíamos. Na minha altura um fulano com 30 anos estava já enterrado e pronto para a reforma. Eu ainda joguei até aos 35", comentou o antigo jogador de 62 anos.
Finalmente, sobre Roberto Martínez e a nova fase que a seleção está a iniciar, disse que "tem a vantagem de poder escolher entre jogadores incríveis e a mestria e experiência de os usar da melhor maneira".