Rui Borges: "O Inácio, o Geny e o Vagiannidis estão na comitiva, mas em dúvida"

Rui Borges, treinador do Sporting
Foto: Patricia de Melo Moreira / AFP
Rui Borges fez o lançamento do duelo europeu frente ao Bayern, considerou os germânicos "a melhor equipa da Europa", falou dos lesionados, de outros tantos em dúvida, do regresso de Bragança e destacou Hjulmand. "Demonstra bem o grande capitão e o grande jogador que é do campeonato português, senão o melhor".
"A dificuldade é imensa. Eu pessoalmente acho que vamos jogar contra a melhor equipa atualmente na Europa. Naquilo que podemos observar, já desde algum tempo, digo que nos últimos dez anos devem ser das melhores a nível mundial a jogar. Para além de terem uma parte individual fortíssima, têm uma parte coletiva que em alguns momentos fogem da caixa normal. O que dificulta. Eu gosto porque também cresci um pouco assim, acho que o jogo é muita mobilidade. Acho que vamos ter um grau de dificuldade enorme, jogamos contra uma grande equipa, grandes jogadores, grande treinador. Vamos fazer o nosso melhor para disputar o jogo e tentar ganhar. É sempre esse o nosso objetivo", começou Rui Borges por olhar para o duelo com o Bayern, antes de falar sobre as baixas de Pote, Trincão e Quenda.
"Não é gerir nada, são ausências. É colmatar com outros jogadores. Começamos com 11 jogadores tal como o adversário. Dentro daquilo que são os nossos jogadores, não fugimos à nossa ideia de jogo. Em alguns momentos pela grande qualidade do adversário vai nos levar a estar num bloco mais baixo, ou num momento mais defensivo, mas temos de estar cientes disso porque todas as equipas que passaram por aqui foi igual. Até o próprio Arsenal, a única derrota que tem o Bayern, passou a grande maioria do jogo num bloco médio baixo, faz dois jogos em contra-ataque. Dita bem do que vamos encontrar amanhã", atirou.
"Quem não está, não estava em condições. O Trincão está inapto, o Pote sentiu um desconforto no treino e está inapto para o jogo e, possivelmente, para o próximo. O Quenda também por alguns jogos. O Inácio, o Geny, por traumatismos que tiveram no jogo com o Benfica, e o Vagiannidis por um pequeno traumatismo há dias no treino. Estão na comitiva, mas estão em dúvidas para o jogo de amanhã", acrescentou.
O técnico sportinguista afirmou, ainda, que estas ausências não lhe tiram as expectativas. "No ano passado empatámos no Dortmund com sete jogadores da equipa B. Sofremos, mas saímos de lá com um empate, apesar de já não ser fase de grupos. Vamos jogar com onze, isso não me preocupa nada. Já disse que não me lamento, mas claro que queria ter toda a gente", começou por dizer, antes de detalhar sobre o que acrescenta cada baixa.
"O Quenda estava no seu melhor momento em termos de números. O Trincão e o Pedro Gonçalves vão estar nas melhores épocas individuais deles, por isso dita bem da importância que têm para a equipa. Mas não podemos fazer nada. É um ser humano e temos de minimizar os problemas. Vamos entrar com 11, tentar ser competitivos da nossa forma, com os jogadores que temos. Está aqui um exemplo [Simões], não começou tão bem e sempre que tem sido chamado fez grandes jogos", destacou, considerando mais à frente que os leões não são favoritos, nem "mesmo com a equipa toda".
Bragança visto como "uma contratação de janeiro"
Rui Borges falou ainda sobre a gestão de Ioannidis e o regresso de Daniel Bragança. "O Ioannidis esteve parado e já enalteci o grande profissionalismo dele. É um grande exemplo, que sirva para os colegas. Para mim treinador é esses que quero sempre até à morte. Agora, esteve parado, voltou rãpido, perdeu alguma forma e é natural que não esteja preparado para muitos minutos. Em relação ao Dani, estamos muito felizes, viajou connosco, claro que vai demorar algum tempo para adquirir a melhor forma e confiança. Acredito que seja uma contratação de janeiro".
Já os comentários de Mourinho, após o dérbi, estão no passado. "Capítulo fechado, não vou estar a falar do jogo do Benfica. Não preciso falar muito, nem de defender o Hjulmand. Tudo aquilo que tem demonstrado no Sporting, demonstra bem o grande capitão e o grande jogador que é do campeonato português, senão o melhor".
Por fim, após ser desafiado, Rui Borges observou a margem de evolução dos leões desde que assumiu a equipa. "O Sporting está diferente. Está mais à imagem da equipa técnica do Rui Borges. Eu tenho uma ideia, nós temos uma ideia, e dentro dela construir coisas dentro das individualidades de grupo e equipa. É esse crescimento que temos demonstrado ao longo do tempo. Esse crescimento é notório e é muito diferente em relação ao Sporting da época passada".
Quanto ao treinador, as mudanças também se destacam."Mudou muito, também na equipa técnica, são tão importantes quanto eu. Têm a percentagem das coisas boas, mas quando corre mal também são culpados [risos]. A nossa carreira tem sido gradual e aconteceu tudo muito rápido, felizmente, mas a aprendizagem é diária. E será sempre. Daqui a 10 anos estarei a aprender alguma coisa diferente. O desafio da Champions também é diferente. Na época passdao começámos na Conference, onde batemos ou igualamos o recorde de vitórias do treinador português. Esta época temos demonstrado esse crescimento enquanto equipa técnica nestes grandes desafios", rematou.

