O presidente do Benfica Rui Costa referiu que as águias almejarem conquistar a Liga dos Campeões não pode ser "uma utopia". O dirigente falou ainda das rivalidades, da venda de Gonçalo Ramos e da contratação (im)possível Bernardo Silva.
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Em relação à Liga dos Campeões, Rui Costa admitiu que é um objetivo "difícil" mas não pode ser considerado "impossível".
"Neste clube nada pode ser considerado uma utopia. Sabemos das dificuldades, temos de ser realistas, cada vez mais num modelo atual é difícil chegar a uma final da Champions e ganhar o troféu. Basta olhar para os grandes colossos financeiros por essa Europa fora e a dificuldade que têm tido para ganhar esse troféu. O Manchester City é o clube de maior poderio financeiro e ganhou o ano passado a primeira Champions... Por aqui se pode ver a dificuldade que é chegar à final. Mas não alimentar este sonho num clube desta dimensão e grandeza seria uma estupidez. Cabe-nos diariamente lutar para que o Benfica chegue a esse dia. É trabalhar para que possa acontecer. Difícil, mas não impossível de todo", disse, à Liga TV.
Rui Costa disse ainda que durante a presidência o Benfica terá sempre de lutar por títulos. "Num dia que eu estiver nesta cadeira e disser que o Benfica não parte como candidato ao título, tirem-me daqui. Alguma coisa não estará bem. Acabámos de ser campeões, objetivamente procuramos o segundo campeonato seguido. Tirando a fase dos 4 anos de títulos consecutivos, já há muitos anos que não somos bicampeões", acrescentou.
O presidente do Benfica abordou ainda a venda de Gonçalo Ramos, ao PSG, no verão. "Como é que se gere a saída de um titular da equipa? Com desagrado porque vivemos num país como este. Tenho o maior orgulho em Portugal, mas num país como o nosso, obrigatoriamente - e as pessoas têm que se mentalizar disso por mais que custe a qualquer adepto ou a qualquer sócio -, os clubes não podem sobreviver sem vendas. Havia uma vontade explícita do Gonçalo Ramos - não é que ele não considere que o Benfica seja o maior clube do Mundo, mas, infelizmente, nós em Portugal não temos as condições para pagar os mesmos salários que outros clubes pagam noutros países", explicou.
Rui Costa referiu que a renovação contratual de João Neves foi "das mais fáceis" que teve. "A renovação do Joãozinho era praticamente matemática. Ele começou a época passada na equipa B, começa a treinar a meio do ano com a equipa principal e a dar nas vistas. Roger Schmidt aposta nele muito cedo e ele justificou sempre essas apostas. Na última AG tive a oportunidade de dizer que ele fez a parte final toda do campeonato ainda com o contrato da equipa B. Talvez tivesse sido das renovações mais fáceis que tive dentro do clube porque a nossa vontade era aquela e porque o João nem queria saber o que vinha no contrato, queria era saber se era jogador do Benfica ou não e foi isso que aconteceu. Estamos muito felizes por ser mais um jogador da nossa formação a vir para cima e a ter este prazer em jogar no clube".
O dirigente abordou ainda a questão das rivalidades, apesar de não se referir diretamente a F. C. Porto e Sporting. "Rivalidades à parte, isso existirá sempre em qualquer parte do Mundo. Aquilo que se pretende é que ao mesmo tempo haja respeito. A rivalidade faz bem ao futebol, faz bem ao ambiente do futebol desde que seja saudável e que seja até em prol da melhoria do futebol. A minha postura será sempre essa, a postura do Benfica será sempre essa. Respeitar e dar-se ao respeito".
Rui Costa falou de Bernardo Silva, que por diversas ocasiões mostrou o desejo de voltar um dia ao Benfica. "Ainda hoje se fala de tantos jogadores que os nossos sócios e adeptos querem ver voltar a vestir a nossa camisola. Os próprios jogadores já demonstraram isso, mas depois os adeptos dizem que se quisessem mesmo, eles viriam, que baixavam o salário. As pessoas têm de compreender que, na grande maioria dos casos, isso nem chega à parte do jogador, porque entre clubes não há acordo. O Benfica não está em condições de chegar ao Manchester City e pagar 100 milhões de euros por um jogador", disse.