Presidente do Benfica assume o despedimento do treinador alemão e anuncia que quando a equipa regressar ao trabalho já terá um novo técnico contratado.
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Poucas horas depois de ter sido anunciado o início do processo de negociação entre o Benfica e Roger Schmidt para a cessação do contrato do treinador alemão, Rui Costa deu explicações sobre o tema.
"Confirmo que Roger Schmidt já não é treinador do Benfica. Queria agradecer-lhe por estes quase dois anos e meio, por todo o esforço, pelos dois títulos alcançados, pelos jogadores que desenvolveu formados na nossa casa", disse o presidente do Benfica.
"Tínhamos a ideia de prosseguir com um treinador, mesmo não tendo sido campeão na época passada, mas ao fim de quatro jornadas percebemos o contrário e entendemos que era o momento de alterar. Já estamos a trabalhar no futuro do Benfica e muito em breve vão saber quem será o novo treinador", acrescentou.
"Não havia condições para continuar. Estas quatro jornadas indicaram-nos isso. Perdemos cinco pontos em quatro jornadas, mas temos qualidade para dar a volta", referiu Rui Costa, explicando o que mudou desde maio.
"Na altura, demos um voto de confiança ao treinador. A rescisão é exatamente como foi descrita no comunicado da CMVM. Foi comunicado ao treinador que ele já não era mais o treinador e que encerrávamos a relação. Agora, precisamos de tratar da desvinculação completa, que será conduzida com os agentes de Roger Schmidt. O que mudou desde maio foi o que mencionei: acreditávamos que a melhor opção para o Benfica era manter a estabilidade e dar um voto de confiança, considerando que acreditávamos ser mais fácil a Roger Schmidt fazer o primeiro ano do que o segundo. No entanto, estes quatro jogos indicaram o contrário. Entendemos que era o momento de fazer a alteração", explicou, com elogios para o técnico alemão a nível pessoal.
"Quando Schmidt soube da decisão, naturalmente houve alguma desilusão. Ele é um grande homem. Uma coisa é o treinador e, profissionalmente, entendemos que era hora de mudar. A relação humana, no entanto, foi minimamente preservada", revelou, apontando já baterias ao sucessor de Schmidt e para a possibilidade de recuperar os pontos perdidos no campeonato.
"Precisamos de apresentar rapidamente um novo treinador. Com os campeonatos parados para a pausa FIFA, não teremos nenhum interino, porque até ao dia de recomeçar os treinos, já teremos um treinador definido. É nesse sentido e no futuro que estamos a trabalhar. Apesar do handicap de termos perdido 5 pontos, acreditamos que temos valor e qualidade para dar a volta por cima. O treinador que vier trabalhará com o que for possível nesta fase. Mesmo com a pausa FIFA, ele poderá focar-se em análises e, quando os jogadores voltarem, montar a equipa e preparar-se para o futuro. Acreditamos que temos muita margem para recuperação", indicou.
"[Devido às chamadas para as seleções], temos hoje cinco ou seis jogadores no Benfica Campus. Todos os outros estão com as respetivas seleções e terão alguns dias de folga. Quando voltarem ao trabalho, entre o meio e o fim da semana, já teremos o novo treinador a trabalhar. Não temos bolas de cristal. Acreditámos na estabilidade e no que tínhamos alcançado juntos no primeiro ano. Pensámos que seria mais fácil repetir o sucesso do primeiro ano do que enfrentar os desafios do segundo. Procurámos entender o que correu menos bem na segunda temporada e tentámos recuperar o desempenho dos primeiros nove meses, quando todos estavam deslumbrados com a equipa e o treinador. Foi com base nisso que tomei a decisão. Não jogo no totobola à segunda-feira. Tenho de pensar no que é melhor no momento. Naquele momento, parecia certo manter a continuidade. Agora, o melhor é a separação e começar um novo ciclo com um novo treinador", salientou.
Questionado sobre se continua a ter condições para ser presidente do Benfica, Rui Costa respondeu: "Trabalho arduamente no Benfica e diariamente pelo bem do clube. Continuo a fazer isso, já a planear o futuro. Entendemos que era o momento certo para trocar de treinador, e o foco é esse. Quanto à possibilidade de conquistar títulos, tenho plena convicção nisso. É verdade que, quando se constrói um plantel, ele é muito moldado à imagem do treinador, mas não exclusivamente para o Roger Schmidt. O treinador que vier poderá confirmar que temos um plantel de ótima qualidade, preparado e pronto para ganhar, independentemente do treinador. Seguiremos essa linha de raciocínio, procurando um treinador com o mesmo perfil, sistema tático e que possa tirar o melhor da qualidade dos nossos jogadores. Tenho máxima convicção de que esta época não está perdida. Temos um handicap, mas está nas nossas mãos, e temos todo o tempo para dar a volta por cima. Não estou a pensar em eleições. O meu foco está no dia a dia do Benfica. Trabalho diariamente nisso. O meu objetivo agora é resolver o problema que se criou em termos de treinador e, nos próximos dias, anunciar um técnico que seja uma garantia para o futuro".