Iúri Leitão e Rui Oliveira sagraram-se, neste sábado, campeões olímpicos de madison em ciclismo de pista. A dupla, eufórica, falou sobre a estratégia para uma verdadeira maratona marcada por uma reviravolta.
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"Vou ser um pouco repetitivo, mas se eu ainda não consegui assimilar a medalha de quinta-feira, imagine esta", começou por dizer Iúri Leitão, ciclista natural de Viana de Castelo, referindo, ainda, que a meio começou a sentir "as pernas muito fracas", explicando que a estratégia passou por aguardar e tirar proveito da "paciência". "No final, conseguimos surpreendê-los".
Já Rui Oliveira, de Vila Nova de Gaia, mostrou-se incrédulo: "Eu estou sem palavras, a verdade é que isto não dá, não sei o que dizer", referiu.
O ciclista da Emirates, que tem um irmão gémeo, Ivo Carvalho, com as emoções mais estabilizadas, fez uma análise à prova:
"Não estávamos, provavelmente, entre as sete equipes favoritas. Essa é a verdade. Os italianos talvez não admitissem, mas eu vi muitas vezes eles de olho na nossa roda, com medo de um ataque. Sim, os italianos conhecem muito bem, mas arriscámos nas últimas 50 voltas", reiterou.
Iúri Leitão realça esse ponto estratégico: "Acima de tudo, temos que lembrar que todos querem vencer a corrida. Todos têm muita energia para gastar, todos estão muito bem preparados para essa prova, e precisamos ter isso em mente: não somos os únicos que querem vencer. Quando há ataques de equipas fortes, não precisamos ser nós a responder diretamente, não precisamos nos desgastar, até porque dávamos a impressão às outras equipas de que estávamos mais fatigados, mais desgastados, o que acabou induzindo-as ao erro de pensar que estávamos piores do que eles", atirou.
Por fim, Rui Oliveira assumiu que irá fazer um pedido especial: "Tenho de viajar para a Dinamarca, para correr na terça ou quarta-feira, mas vou tentar falar com a minha equipa, porque é um momento único. Esperamos que os portugueses estejam todos orgulhosos!", rematou.