Testámos dois modelos da Salomon, na estrada e na montanha. E confirmámos o óbvio. A marca brilha muito mais na natureza.
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Falar da Salomon para trail é quase como falar da farinha para fazer pão. É uma marca com que, inevitavelmente, o atleta que dá os primeiros passos nos trilhos ou o mais experiente dos corredores se vão cruzar a dada altura.
Calçámos as Salomon Sense Pro Max e os nossos pés bateram palmas. À primeira vista, é uma sapatilha que não seria imediatamente associada ao trail, porque a sola aparenta ser de pouca tração. No entanto, a tecnologia Contagrip é muito aclamada pelos atletas que correm com Salomon.
O sistema de atacadores é também o característico da Salomon, sem nós para laçar. O aperto é feito com o sistema Quicklace e a pequena bolsa na língua permite guardar o excedente de atacador para evitar que sobressaia, oferecendo segurança em terrenos com galhos. Ninguém gosta de ficar com atacadores presos em galhos.
As Sense Pro Max são surpreendentemente confortáveis. A vontade imediata é poupá-las à dureza para usá-las em modo casual. O suporte e amortecimento na parte intermédia do pé é ótima para quem quer fazer longas distâncias e procura o máximo conforto.
O drop, distância entre calcanhar e ponta do pé, é baixo, cerca de 6 milímetros. Talvez também seja um dos motivos para a rápida resposta no amortecimento e conforto.
Em termos de peso, são sapatilhas leves, mas não são penas. Pesam cerca de 250 gramas.
No terreno, a tração é surpreendente, mesmo em zonas com pedra molhada. O único tipo de terreno em que não ofereceu o melhor dos desempenhos foi em terra fofa, o que era de esperar, dado a sola ter pouco rasgo.
Em conclusão, as Sense Pro Max são uma aposta para quem se quer iniciar no trail. São suficientemente leves para enfrentar os mais diversos desafios de terreno que o monte proporciona. Estão preparadas para viagens longas ou curtas, mas serão, sem dúvida, um amor a longo prazo. Custam 149,99€.
Agora a estrada
Chamam-se Sonic Running Avenue (RA) MAX e são menos entusiasmantes do que aquilo a que a Salomon nos habituou nos trilhos.
A aposta em calçado de estrada começou com as City Trail, que reproduziam quase fielmente, ainda que adaptadas, as sapatilhas de trail. A marca avançou entretanto para a linha Running Avenue, em que oferece opções agradáveis mas sem grandes diferenças face à concorrência. Primeira impressão: são iguais às x e às y.
Em termos técnicos, as MAX oferecem um excelente amortecimento (com a mesma tecnologia das Sense Pro Max que absorve o impacto) e estabilidade reforçada pelo suporte interior na parte média do pé e por um drop alto, 10 milímetros. Como já aqui se escreveu diversas vezes, o drop alto é daquelas características de que se gosta muito ou de que não se gosta de todo.
O conforto é bom, até pelo espaço oferecido aos dedos, que acaba por conferir à sapatilha um aspeto mais robusto. Mas, ainda assim, é leve (apesar de não ser das mais leves do mercado): 265 gramas nos modelos masculinos, 235 nos femininos. A língua muito fina cuja parte superior se adapta ao contorno do pé e a malha respirável são outros pormenores de saudar.
Por último, visualmente não são as sapatilhas mais atraentes do mundo, sobretudo quando comparadas com a maioria das Salomon de trail. Ao contrário das Sense Pro Max acima descritas, as Sonic RA MAX não se saem muito bem no uso casual. O preço anda nos 125 euros.