António Salvador relembra que "a inclusão de cláusulas associadas a performance individual e/ou coletiva é prática comum há já largos anos". Presidente do Braga critica forma como a discussão tem sido feita e dispara: "reveladora de uma cultura desportiva doentia".
Corpo do artigo
António Salvador emitiu, esta segunda-feira, um comunicado sobre a venda de David Carmo ao F. C. Porto, onde argumentou sobre a suposta cláusula que obriga os dragões a pagar 500 mil euros ao emblema minhoto, caso os portistas se sagrem campeões com o jogador.
"Saberá qualquer observador atento que a inclusão de cláusulas associadas a performance individual e/ou coletiva é prática comum, há já largos anos, tanto no plano nacional como nos principais campeonatos europeus, sem que daí resultem indícios que comprometam a integridade das competições", pode ler-se no primeiro ponto, sendo que no seguinte é mencionado um caso igualmente recente.
"Resulta por isso caricato que a discussão pretenda sugerir que SC Braga e FC Porto abriram uma caixa de Pandora, o que é revelador de profunda ignorância ou de gritante má-fé, não sendo sequer necessário sair do ano de 2022 para encontrar, na realidade portuguesa, um contrato celebrado entre clubes classificados em lugares europeus que prevê, no âmbito da transferência de um jogador, prémios associados a apuramentos do clube comprador para a UEFA Champions League".
Para o líder dos minhotos, o eco que as cláusulas têm gerado é sinónimo de ignorância.
"A forma como a discussão tem sido feita é, mais uma vez, reveladora de uma cultura desportiva doentia, totalmente absorvida à volta de três clubes - alguém supõe este debate, imaginemos, num negócio celebrado entre clubes de pequena e média dimensão? - e incapaz de promover um debate construtivo, que analise os prós e os contras de cada tema e perceba as implicações que qualquer decisão venha a ter na competitividade dos clubes portugueses e do nosso futebol profissional".