Presidente dos Guerreiros do Minho explicou no Thinking Football Summit que o clube está formatado para o sucesso e que o título será uma realidade, mais cedo ou mais tarde. Esclareceu conflito com o Málaga por Ricardo Horta e responde com silêncio às polémicas do futebol português.
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António Salvador, presidente do Braga, não escondeu, esta sexta-feira, no Thinking Football, organizado pela Liga, que o clube ambiciona a conquista do título nacional. “O Braga tem a ambição de um dia ser campeão. Se vai ser este ano, ou para o ano, não sabemos. Não temos a obrigação de o ser, porque não nos batemos com as armas que os outros três clubes têm. Mas não impede que tenhamos a ambição de querermos ser campeões”, declarou o líder dos bracarenses, que garantiu que todos no clube trabalhavam com esse objetivo e que quando ele acontecesse, ninguém iria estranhar, porque todos lutam com esse objetivo em mente.
Depois de recentemente ter inaugurado uma parte substancial da cidade desportiva do clube, António Salvador não escondeu a satisfação pelo feito alcançado: “Não é um momento que acontece por acaso, foi pensado e traçado há 20 anos. Começamos quando chegamos ao Sporting de Braga, que tinha problemas de instabilidade desportiva e financeira. Mas definimos três eixos para o futuro do clube. Primeiro, recuperar a estabilidade desportiva e financeira. Segundo, termos um crescimento desportivo consequente à estabilidade financeira e estarmos presentes permanentemente nas competições europeias. Estes dois objetivos foram claramente conseguidos. O terceiro eixo era a cidade desportiva para criar condições e estruturas, porque o clube nada tinha em termos de património, nem para trabalhar. E esse terceiro eixo culminou esta semana com a inauguração da segunda fase da cidade desportiva, agora com condições de trabalho de excelência, do melhor que há em Portugal e por essa Europa fora. Mas a cidade desportiva será aquilo que forem as pessoas que lá trabalharem. Independentemente das condições, as pessoas e o seu trabalho é que vão representar o sucesso do clube”.
A propósito da cidade desportiva do Braga, António Salvador explicou que tal infraestrutura só possível erguer porque a gestão do clube teve esse plano bem delineado em mente desde o início, dispensando quaisquer apoios, ou financiamento. “Ao longo destes anos, o Braga teve sempre uma forma racional de gestão, seguindo um modelo de negócio em que temos de vender, mas com a preocupação de pôr de parte uma fatia para criar infraestruturas e hoje as que temos foram pagas a cem por cento pelo clube. Não investimos só no futebol, porque era fácil investir em cheio numa época, mas temos um clube sustentável e capaz de permanecer”, vincou.
António Salvador aproveitou ainda a presença no Thinking Football para esclarecer a notícia que aponta ao pagamento de uma multa no caso “Ricardo Horta”, que o Málaga reclamou e viu a FIFA dar razão ao emblema espanhol. “O Braga não tem de pagar multa nenhuma. O Braga tinha um acordo em que se houvesse uma proposta teria de vender ou pagar. Ora, o Braga entendeu que a proposta não obedecia aos termos do contrato e por isso não pagamos ao Málaga, que foi para a FIFA. Agora vamos discutir no TAD. Mas se um dia tivermos de pagar, será o passe do Ricardo Horta a cem por cento, que custará 12 milhões de euros”, explicou.
Ainda no que diz respeito ao mercado, o presidente dos guerreiros falou da contratação de João Moutinho, sublinhando que “foi fácil, quando da parte do jogador há vontade de ser contratado pelo Braga. As negociações foram fáceis".
Sem contornar qualquer tipo de questão, o presidente do Sporting de Braga comentou ainda as recentes declarações de Cristiano Ronaldo a propósito do futebol português. “O meu discurso tem sido feito no sentido de termos cada vez mais competitividade no futebol português e ainda recentemente ouvimos o maior jogador da história de Portugal dizer que o futebol português não era competitivo. Naquilo que são os jogadores não concordo, porque estão espalhados pelos maiores clubes da Europa. Não percebo porque é que em Portugal a competitividade não existe. Aquilo que se discute é o VAR, se é falta ou não, e não estou para isso. Dentro de campo temos de ser adversários, fora temos de ser parceiros para melhorar o futebol português. Para falar sobre polémicas remeto-me ao silêncio, é o melhor que posso fazer para o futebol português”, salientou.