Samu Aghehowa pode somar, esta quinta-feira à noite, a segunda internacionalização AA por Espanha, frente aos Países Baixos na Liga das Nações, e, em entrevista ao jornal ABC, recordou as dificuldades pelas quais a família passou desde que a mãe deixou a Nigéria para procurar uma vida melhor em Espanha.
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O avançado acabou por nascer num centro de acolhimento em Melilla, território espanhol no norte de África, antes de crescer em Sevilha. “Todas as pessoas que vêm de África têm de passar pelo mesmo. É sempre uma história de superação. Estou muito orgulhoso da mãe que tenho e devo-lhe tudo. Lutou a vida toda para ter uma vida melhor. E, graças a Deus, tudo correu bem”, começou por dizer o futebolista que, recorde-se, optou pelo sobrenome de solteira da mãe, Aghehowa, como forma de a homenagear.
Os primeiros tempos no bairro Cerezo, em Sevilha, não foram fáceis, mas garantiram boas memórias: “Sinceramente, não sei por que é que fomos para Sevilha. Mas não havia melhor sítio para ter crescido do que o meu bairro. É um lugar de gente humilde, onde passei toda a minha infância e recordo-o sempre com muito carinho”, começou por dizer, antes de recordar as dificuldades.
“O Sevilha pagava-me o metro ou o autocarro. Mas claro que houve dias em que nem sequer tinha nada para comer e isso é duro. Acho que nenhuma criança devia passar por isso. Foi complicado, muito complicado”, reconheceu.
O presente é bem mais sorridente e, aos 20 anos, além dos 20 golos que já marcou pelo F. C. Porto nesta temporada, Samu pode fazer esta noite o segundo jogo pela seleção espanhola.