A seleção de San Marino somou a terceira vitória de sempre e a segunda em dois meses, assegurando a promoção à Liga C da Liga das Nações de forma incrível e totalmente inesperada. Para trás ficou uma série 140 jogos sem ganhar em 20 anos.
Corpo do artigo
No espaço de dois meses, a seleção de San Marino ganhou mais jogos do que nos 20 anos anteriores. Até setembro, contava apenas uma vitória em toda a sua história, e era num particular; hoje, conta três. Trata-se do ponto mais alto da seleção de um pequeno enclave feito país numa região montanhosa de Itália e que tem à volta de 30 mil habitantes. Todas foram contra o Liechtenstein e a última valeu o impensável: na próxima edição da Liga das Nações, San Marino não competirá na última divisão.
O feito foi alcançado na segunda-feira, depois de uma reviravolta épica em Vaduz, com Lorenzo Lazzari, Nicola Nanni e Alessandro Golinucci a garantirem os três pontos (1-3) que permitiram a San Marino vencer o Grupo 1 da Liga D, superando ainda Gibraltar.
"A pior equipa do Mundo", o "eterno perdedor". Antes da primeira vitória sobre o Liechtenstein, já nesta edição da Liga das Nações, San Marino esteve 140 jogos sem vencer e os epítetos mais degradantes tinham razão de ser. Mesmo os empates foram poucos, tal como os golos (San Marino nunca havia marcado três golos no mesmo jogo e chegou a estar 34 jogos seguidos sem marcar fora de casa). Perder era a rotina, daí o último lugar que a seleção ocupa no “ranking” da FIFA praticamente desde sempre. Dos 211 jogos que disputou, San Marino foi derrotado em 199 e sete dessas derrotas foram por dez ou mais golos.
A vitória em Vaduz foi também a primeira de sempre da equipa sanmarinense como visitante e, sem surpresa, é considerada a maior de sempre do futebol do país.
O selecionador Roberto Cevoli assumiu o comando da equipa no ano passado e já é o maior treinador do país: “Os rapazes foram brilhantes e mereceram esta proeza”, disse Cevoli, de 54 anos. Já Marco Tura, presidente da federação, enaltece o facto de “ter sido feita história”. “Chorei com os jogadores. Como pessoas, atletas e homens mostraram o que valem”, frisou em declarações reproduzidas pela BBC.
Até gritos de “campeões, campeões” ouviram-se no Estádio Rheinpark. E não é para menos. O "eterno perdedor" está a ganhar como nunca.