A UEFA recomenda a suspensão dos encontros e avisos aos adeptos.
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O Vitória de Guimarães poderá ser punido, entre o mínimo de um e o máximo de três jogos à porta fechada, na sequência do sucedido com Marega, no decorrer da partida frente ao F. C. Porto.
De acordo com o artigo 113 do Regulamento Disciplinar das competições organizada pela Liga, "comportamentos discriminatórios em função da raça, religião ou ideologia" são punidos com a sanção de jogos à porta fechada, além de multas, que variam entre 20 mil e 102 mil euros.
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"Os clubes que promovam, consintam ou tolerem a exibição de faixas, o cântico de slogans racistas ou, em geral, com quaisquer comportamentos que atentem contra a dignidade humana em função da raça, língua, religião ou origem étnica serão punidos", pode ainda ler-se no mesmo artigo.
Na reunião de amanhã, o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol deverá instaurar um processo disciplinar ao Vitória de Guimarães, mas até que haja uma decisão, que será sempre passível de recurso, a equipa minhota deverá continuar a jogar em casa, com público, sendo os próximos jogos, com o Tondela e Sporting (dias 1 e 15 de março).
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Uma resolução da UEFA que vigora desde 2013 sublinha o empenho do futebol europeu no combate ao racismo, adotando uma política de tolerância zero. Na mesma resolução está vincado que os árbitros "devem interromper, suspender ou até abandonar um jogo, em caso de ocorrência de incidentes racistas".
A UEFA recomenda que, uma vez identificados, os adeptos condenados por comportamentos racistas "devem ser banidos dos estádios de futebol no futuro pelas autoridades estatais".
Para Paulo Pereira, ex-árbitro de futebol, o procedimento do árbitro Luís Godinho, em Guimarães, foi correto, face ao sucedido. "Ele fez o que tinha a fazer", vincou, ao JN, o antigo "juiz".
"O árbitro seguiu as normas. Interrompeu o jogo e aguardou que as coisas serenassem", acrescentou Paulo Pereira.
Outros casos
Leixões - Duas situações distintas no Mar
O Leixões foi punido, duas vezes, com jogos à porta fechada. Primeiro com o Belenenses, em 2012/13 e depois com o Oriental, em 2015/16. Neste último jogo, uma adepta atirou uma banana a um futebolista.
Cadima - Jogadora do Braga queixa-se de insultos
Em outubro de 2019, a norte-americana Shade Pratt queixou-se de ter sido verbalmente agredida por uma adepta, num jogo em Cantanhede, com o Cadima. "Sou negra e não peço desculpa por isso", escreveu a jogadora, nas redes sociais.
Itália - Balotelli alvo até do próprio clube
O italiano Mario Balotelli deve ser recordista de denúncias de situações de racismo. "É negro e está a tentar clarear-se", disse, no ano passado, Massimo Cellino, presidente do Brescia, criticando o próprio avançado da equipa.
Bulgária - Presidente cai e treinador demite-se
Em outubro de 2019, a UEFA puniu a Bulgária com dois jogos à porta fechada, por racismo do público. O líder da federação caiu e o treinador, o ex-leão Balakov, demitiu-se.