Chegou ao aeroporto de Pedras Rubras com a medalha de ouro ao pescoço, olhou a multidão, ouviu o cântico "Sara, olé; Sara, olé", emocionou-se, saltou de alegria e abraçou-se à mãe e ao pai. Sara Moreira tocou o céu em Gotemburgo, ao sagrar-se campeã da Europa nos três mil metros em pista coberta e voltou a andar nas nuvens com uma receção apoteótica.
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"Foi o ponto mais alto da minha carreira", disse com os olhos a brilhar perante cerca de 150 pessoas, entre amigos, familiares e vizinhos de Roriz, vila de Santo Tirso, que se fez representar com dois autocarros cheios de entusiastas para consagrar a mais recente heroína do atletismo português.
"Agora, ainda acredito mais", disse Sara Moreira já depois de abraçar o pai e de ter ficado admirada por vê-lo de bigode. "Vou obrigá-lo a cumprir a promessa", sorriu, lembrando-se das palavras de quem jurou mudar de visual se filha ganhasse o ouro:
"Dediquei a vitória à minha afilhada e ao meu avô, mas agora quero dedicá-la a quem está aqui. É a medalha mais pesada e mais bonita da minha carreira".
O título também sensibilizou Castro Fernandes, presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, que fez uma promessa, ao JN: "Vou propor a atribuição da medalha de honra do concelho à atleta". Porque não é todos os dias que a cidade tem uma campeã europeia.