Treinador brasileiro disputará este sábado a última final da carreira e pode levar o Athletico Paranaense à primeira Libertadores.
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Luiz Felipe Scolari, 73 anos, treinador desde 1982, quase 1300 jogos, 27 títulos. Campeão do Mundo, bicampeão sul-americano, uma vez campeão asiático, campeão brasileiro. Em maio, pensava-se que ia ficar por aqui, que havia chegado o ponto final nessa carreira construída a pulso e quase sempre com mão de ferro, mas Felipão durou apenas cinco dias como diretor desportivo do Athletico Paranaense. É que o terceiro treinador da época, Fábio Carille, também não deu conta do recado, acabou despedido e a crise profunda que a equipa e o clube atravessavam exigia respostas drásticas. Scolari voltou atrás nas intenções, aceitou apanhar e juntar os cacos. Meio ano depois, pode levar o emblema de Curitiba à conquista da primeira Taça das Libertadores e, desta vez sim, coroar com uma cereja de ouro a carreira cujo fim está previsto para o final deste ano.
Esta noite (21 horas), em Guayaquil, uma cidade portuária do Equador, é o Flamengo que tentará evitar o epílogo mais feliz possível a Luiz Felipe Scolari. À Associated Press (AP), o próprio assumiu que esta será a última final da carreira. "Ganhar a Libertadores seria o pináculo de uma carreira para a qual tanto trabalhei. Nunca esperei isto tudo, ganhar tudo o que ganhei", acrescentou Scolari, que, na aposentadoria, o espera um lugar entre os maiores de sempre do futebol brasileiro e da América do Sul. Na China e na Ásia também, devido aos sete títulos que conquistou pelo Guangzhou Evergrande. Trabalhou em sete países e apenas num deles não ganhou qualquer troféu: já passaram quase 20 anos, mas aquela final do Euro 2004 continua entalada.
Para chegar à final desta noite e sonhar com o trono do futebol sul-americano, o Athletico Paranaense deixou pelo caminho o Palmeiras, de Abel Ferreira, coroando nesse dia uma recuperação notável numa época que parecia perdida. Scolari fez-se sentir pela gestão do grupo, uniu os jogadores, levantou o ânimo e conseguiu reerguer o que parecia perdido. Em 42 jogos, ganhou 20 e perdeu nove, cinco deles quando todo o clube já só tinha a cabeça em Guayaquil. "A nossa folha salarial é mais baixa do que 12 clubes do futebol brasileiro", contou na mesma entrevista à AP. Mais um brilharete, portanto. Hoje, logo que o jogo começar, Scolari faz história e torna-se no treinador brasileiro com mais finais na Liga dos Campeões da América do Sul (4). E se levar o "Furacão" à conquista da primeira Libertadores, passa a ser o único a levantar o troféu por três clubes diferentes, depois de o ter feito por Grémio e Palmeiras. Felipão!!