O Brasil somou, esta madrugada, a quarta derrota na qualificação para o Mundial de 2026 depois de ter perdido, em Assunção, contra o Paraguai por 1-0. Diego Gómez fez, de trivela, o único golo da partida. A seleção apenas pode chegar aos 13 pontos na primeira volta, o pior registo de sempre, a confirmar-se.
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Desde 1930 que o Brasil nunca falhou um único mundial de futebol. É, aliás, a única seleção a ter ganho cinco títulos e é sempre uma candidata fortíssima no maior evento da modalidade.
Ao longo destes últimos quase 100 anos que várias seleções canarinhas marcaram gerações de adeptos, com a ginga nos pés, sempre reconhecida aos brasileiros.
Mas a caminhada para o próximo mundial, a realizar-se na América do Norte, está a desenhar-se como algo tumultuosa. Após oito jogos, a seleção brasileira tem dez pontos e encontra-se na quinta posição da qualificação sul-americana, a apenas dois pontos do oitavo lugar, onde está a Bolívia, que já não dá acesso ao Mundial 2026.
Ou seja, neste formato, passam, diretamente, as seis primeiras seleções e a sétima classificada vai para um playoff de acesso. Algo que, por um lado, alivia os brasileiros, mas que não esconde o descontentamento com as mais recentes exibições do Brasil, sob o comando técnico de Dorival Júnior.
O selecionador, que até prometeu uma final de um Mundial, está neste momento debaixo de fogo por estar a ter dificuldades em cimentar uma boa base de jogadores com a qual possa trabalhar. Mesmo as vitórias, magras e fruto de uma exibição pálida, como tem sido o caso, não convencem nenhum adepto brasileiro que tem tido dificuldade em perceber que seleção é esta, sem identidade, sem projeto e sem uma ideia de jogo própria.
A derrota sofrida com o Paraguai, em Assunção, é a quarta na fase de qualificação, depois dos falhanços com com o Uruguai, Colômbia e Argentina, em oito jogos. Este desempenho coloca o escrete com a pior primeira volta numa fase de qualificação para o Mundial. Do ponto vista matemático, o Brasil só pode chegar aos 13 pontos, o que será uma marca aquém do desempenho alcançado na qualificação para o Mundial 2010, quando a canarinha conseguiu 16 pontos, a pior desempenho de sempre antes de um Campeonato do Mundo.
Depois da mais recente derrota por 1-0 frente ao Paraguai apenas, Dorival Júnior assumiu a culpa: "Pela forma como foi a primeira parte, faltou-nos muita coisa, sou o responsável por isso. Não quero penalizar nenhum atleta, mas temos de trabalhar e entender que precisamos de mais para chegar ao nível que todos queremos".
Mas a crise já vem de trás, quando em julho a seleção brasileira foi eliminada na Copa América pelo Uruguai, nos quartos de final. Já aí os sinais eram reveladores de uma equipa desligada e sem chama para conseguir resultados positivos e convencer os exigentes adeptos. Cafu, que ganhou dois mundiais pelo Brasil, chegou a dizer que um dos problemas é o excesso de jogadores na Premier League o que pode estar a descaracterizar o futebol brasileiro.
A verdade é que a escolha de Dorival Júnior, após o Mundial 2022, suscitou alguns pontos de interrogação, até porque muitos adeptos defendiam a escolha de um selecionador estrangeiro e os nomes de Carlo Ancelotti e Jorge Jesus chegaram a ser colocados como possibilidades fortes para assumir o cargo.
No Paraguai o Brasil sentiu dificuldades desde o início do jogo para desbloquear um adversário sólido do ponto de vista defensivo. A perder a partir dos 18 minutos, graças a um golo de trivela de Diego Gómez, o Brasil tentou mudar a face do jogo, mas faltou-lhe sempre ousadia e criatividade.