Selecionador espanhol e Carvajal respondem a Vinícius Jr: "Espanha não é racista"
O tema do racismo sentido nos estádios espanhóis de futebol continua na ordem do dia, com Vinícius Júnior a sugerir que seja retirada a Espanha a coorganização do Mundial 2030 caso ele não seja irradicado. O selecionador espanhol, Luis de la Fuente, e o futebolista Daniel Carvajal garantem que o país não é racista.
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Comentando as declarações de Vinícius Júnior, futebolista brasileiro que atua no Real Madrid e que sugeriu, em entrevista à CNN, que fosse retirada a Espanha a coorganização do Mundial em 2030, juntamente com Portugal e Marrocos, caso os atos racistas persistam nos estádios de futebol daquele país, Luis de la Fuente e Daniel Carvajal refutaram a ideia de Espanha ser um país racista.
“Não ouvi (as declarações de Vinícius Júnior), mas contaram-me. Espanha não é racista, é um exemplo para outros países, mas claro que existem alguns (adeptos) indesejáveis”, disse o selecionador espanhol, na antevisão ao jogo com a Sérvia para a Liga das Nações. Carvajal, que é companheiro de equipa de Vini Jr. no Real, acrescentou que “Espanha não merece que lhe tirem o Mundial” de 2030.
“Não há dúvidas de que Espanha não é um país racista. Desde pequeno que cresci com várias nacionalidades no meu bairro, em Leganés. Somos totalmente contra qualquer ato racista nos estádios. Sei o que o Vini sofre e apoiamo-lo, interna e publicamente. A Liga espanhola está a criar protocolos para que esses energúmenos não possam voltar a estar em eventos desportivos”, referiu o experiente jogador, de 32 anos.
Vinícius Júnior vem sendo vítima de atos de índole racista, por parte de adeptos, em vários estádios da Liga espanhola. O futebolista brasileiro já recorreu à justiça para punir os infratores.
Em entrevista à CNN, o avançado do Real Madrid referiu: “Até 2030, temos uma margem muito grande para evolução. Espero que Espanha possa evoluir e entender o quão grave é insultar uma pessoa pela cor da sua pele. Se até 2030 as coisas não evoluírem, acredito que (o Mundial) tenha que mudar de lugar, porque fica complicado quando os jogadores não se sentem confortáveis em jogar num país onde possam sofrer com o racismo”.
O brasileiro mostra-se, ainda assim, esperançado em que as coisas possam evoluir de forma positiva neste tema. “Acredito e quero fazer de tudo para que as coisas possam mudar. Há muitas pessoas em Espanha que não são racistas, mas existe um grupo pequeno que acaba por afetar a imagem de um país onde é tão bom viver. Amo estar aqui, amo o Real Madrid. Torço para que as coisas possam evoluir e que, até 2030, os casos de racismo possam diminuir”, completou o jogador.