Selecionador sub-17 croata despedido por apoiar o Betis contra o Dínamo Zagreb
Em pleno século XXI, um selecionador foi despedido por ter tecido elogios a uma equipa que será adversária de um clube do seu país. Aconteceu a Robert Jarni, técnico dos sub-17 da Croácia, que ficou sem emprego após ter elogiado o Betis, onde jogou, antes da eliminatória da Liga Conferência com o Dínamo Zagreb.
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Muito requisitado pela imprensa, nos últimos dias, pelo seu passado no Betis e pelo conhecimento que tem sobre o Dínamo Zagreb, adversário dos sevilhanos no play-off de acesso aos oitavos de final da Liga Conferência, Robert Jarni foi alvo de um processo que nos remete para outros tempos, mais primitivos, tanto no futebol como enquanto sociedade.
O antigo lateral esquerdo, atualmente selecionador dos sub-17 da Croácia, admitiu, ao jornal croata “Večernji list”, que iria torcer pelo emblema espanhol na eliminatória da Liga Conferência: “O Betis é o meu clube. Passei três anos maravilhosos lá, mas não joguei no Dínamo. Não sei quem poderia culpar-me por isso. Ao mesmo tempo, sou adepto do Hadjuk (grande rival do Dínamo)”.
Não demorou muito a se encontrar quem o culpasse por esta opinião, uma vez que as suas declarações estão na base do despedimento como selecionador da equipa sub-17 “por decisão unânime do Comité Executivo da Federação Croata de Futebol”, pode ler-se num comunicado emitido por aquele organismo.
“É inadequado, indesejável e inadmissível que uma pessoa à frente de uma seleção croata apoie abertamente qualquer equipa contra um clube croata numa competição europeia. Ultrapassou os limites do inadmissível”, entende a federação croata.
Quem também não gostou nada das declarações de Jarni foi Bruno Petkovic, avançado do Dínamo Zagreb e que é um dos capitães da seleção croata. “Torcer por uma equipa que não é do seu país é agir como um palhaço”, disse o jogador, na conferência de imprensa que antecedeu a partida, em Sevilha. O jogo está agendado para hoje, a partir das 20 horas.