Quinas garantem playoff intercontinental com vitória histórica sobre a Islândia e mantêm vivo o sonho da estreia num Campeonato do Mundo.
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Portugal ainda não está no Mundial de 2023, mas, pelo que se viu em Paços de Ferreira, tem tudo para conseguir esse feito, que será o maior da história do futebol feminino português. Podia ter sido esta terça-feira, com uma vitória impressionante sobre a Islândia, mas a República da Irlanda foi feliz na Escócia e obrigará a equipa das quinas a disputar o playoff intercontinental, e decisivo, agendado para fevereiro do próximo ano, na Nova Zelândia. Um mas? Nem por sombras. Nada que belisque mais um sinal inequívoco do crescimento da seleção portuguesa, evidente no resultado e também na enchente, no ambiente e na festa que lhe dedicaram na Capital do Móvel.
A Islândia está mais acima no "ranking", tinha ganho os últimos seis duelos com Portugal, e nunca por números meigos, só que, desta vez, não teve argumentos para contrariar as quinas e a evolução que o futebol feminino português evidencia quase de jogo para jogo. Curiosamente, o único período do confronto em que as nórdicas dividiram o jogo e até se superiorizaram, foi depois de se ver em desvantagem, no marcador e no número de jogadoras em campo, à passagem dos 54 minutos. Pelo contrário, Portugal parece que se assustou com tanta sorte junta - penálti (convertido por Carole Costa) e expulsão instantes depois de o VAR anular o 0-1 à Islândia - e com a iminência da felicidade. Sofreu o empate (num livre lateral finalizado por Viggósdóttir) e não foi por muito que deitou tudo a perder. Despertar não se pedia, exigia-se: a oportunidade era demasiado boa para desaproveitar. E, finalmente, a superioridade numérica fez-se sentir no prolongamento. O golo de Diana Silva, logo nos primeiros segundos, também ajudou e deu início a 30 minutos imparáveis da equipa de Francisco Neto, perante um adversário que sentiu o golpe, mais um, e, desta vez, não teve capacidade de resposta. Quis, mas já não conseguia e o que sobrou foram espaços para a seleção portuguesa aproveitar. Tatiana Pinto fez o terceiro, antes de Kika Nazareth sentar duas adversárias e consumar um resultado histórico.