O treinador do F. C. Porto, Sérgio Conceição, fez a antevisão da Supertaça com o Benfica, que se disputa esta quarta-feira (20.45 horas) em Aveiro, defendendo que a “atitude” poderá assumir um papel fundamental num clássico frente a um rival que se reforçou com “grandíssimos jogadores do futebol mundial”.
Corpo do artigo
O técnico dos dragões falou pela primeira vez em 2023/24 e falou disso mesmo na sala de imprensa do centro de treinos do Olival: “É obvio que gosto de estar aqui, gosto da minha profissão e depois de um mês e pouco sem conferências posso não estar ao nível que esperam, mas, com tempo, tentarei fazer o meu melhor”, brincou.
Tempo de olhar, então, para o primeiro clássico da nova época. “se calhar é um dos mais vividos do Mundo, esperamos jogo muito difícil, competitivo, é uma final. O que se fez até agora na pré-época deixa de contar, porque quando o árbitro apitar são onze contra onze. Vamos estar preparados para estar à altura e cumprir este objetivo”, referiu Conceição.
O treinador prometeu, para o primeiro troféu da temporada, o espírito do costume na equipa portista: “No ano passado, nos jogos com o Benfica, tivemos a nossa identidade. O F. C. Porto é equipa agressiva, mas também tem muita qualidade e as pessoas esquecem-se dessa qualidade de jogo. Vai ser difícil, perante um adversário que se reforçou, trouxe jogadores que são inquestionavelmente grandíssimos jogadores do futebol mundial”, assumiu.
Defendendo que o que aconteceu na pré-época não conta absolutamente para nada a partir de agora, Conceição deixou um recado bem claro quando questionado sobre as expetativas para 2023/24: "Se olharmos para as primeiras páginas dos jornais, vamos acabar o campeonato em quarto lugar. A dificuldade do mercado é de muitos países e clubes, que não pertencem a grandes potências. Acho que é bastante nefasto o mercado estar aberto com os campeonatos em aberto".
Sobre uma suposta vantagem psicológica nos confrontos diretos com o Benfica, o técnico garante que o "passado não conta para o jogo de amanhã". "Cabe-nos levar o jogo para uma zona confortável para nós. Não acredito em jogos psicológicos, sobretudo num clube tão grande como o que vamos defrontar amanhã. Temos uma ambição muito grande, somos um clube histórico, temos a paixão dos nossos adeptos, que amanhã sejam o 12º jogador como são sempre. Não nos podemos esquecer que vamos defrontar o campeão nacional. São os dois clubes com mais títulos nacionais, internacionais, que seja um grande clássico e que ganhe o F. C. Porto", resumiu.
Um grande esforço do clube
O F. C. Porto conseguiu, pelo menos para já, segurar os principais jogadores do plantel e o técnico não esqueceu esse facto quando convidado a fazer um balanço do mercado de transferências.
"Fazer balanços não faço, há coisas mais importantes a falar. Sobre a permanência de quase todo o plantel obviamente fico contente com isso, mas também custa dinheiro ao clube e temos de o assumir. Tiro o chapéu ao esforço do clube por isso e ao trabalho do presidente. Acho que é muito importante, porque existem rotinas e ambiente de balneário, é sempre benéfico", garantiu.
Com Fran Navarro e Nico González como as caras novas já presentes no grupo - Alan Varela chega mais tarde -, Conceição referiu-se ao médio espanhol contratado ao Barcelona e não escondeu que o atleta até poderá ir a jogo com o Benfica.
"O Nico está em período de adaptação, tem o seu tempo de sofrimento para poder estar disponível, mas é um jogador que conhece o futebol português: vem de uma das melhores ligas do Mundo e a adaptação será mais fácil que um jogador que venha da América do Sul. Está disponível para ir a jogo", afirmou Conceição.
Com Diogo Costa e João Mário ainda a treinarem condicionados, o treinador espera contar com ambos para a Supertaça, mas admite que pelo menos o lateral direito parte atrás da concorrência, nomeadamente Pepê, a quem deixou muitos elogios.
"O Pepe gosta de jogar a ponta de lança, o Diogo Costa no meio-campo e tem jeito (risos). O João [Mário] também era ala, o Pepê para mim, além de jogador versátil, é muito inteligente: tem muita técnica, é rápido e isso faz dele um jogador extraordinário. Há poucos jogadores como o Pepê a lateral direito. Às vezes aparece mais no último terço mais vezes do que o Otávio. Se eu fosse selecionador brasileiro, o Pepê era o meu lateral direito", garantiu, desvalorizando, por completo, a questão da providência cautelar que suspendeu o castigo de um mês e que lhe vai permitir estar no banco frente ao Benfica.
"É muito mais importante falar da equipa, dos jogadores e das estratégias. Felizmente vou estar no banco, porque todos trabalhamos para estes momentos: antes do jogo começar, temos 50% de possibilidade de ganhar mais um título", lembrou.