Sérgio Conceição, treinador do AC Milan, assumiu numa tertúlia o objetivo de vencer a "Orelhuda", debatendo, ainda, alguns temas da vida de um treinador. "Atualmente, todos gostam de construir a partir de trás. Eu também gosto de sair a jogar, mas para isso é necessário jogadores que o permitam", recordou.
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Sérgio Conceição esteve, este sábado, presente no segundo Congresso de Futebol de Coimbra, cidade de onde é natural, para falar sobre a vida de um treinador de futebol. Durante a intervenção, o técnico, de 50 anos, assumiu um sonho que o fez voar até terras transalpinas.
"Queria ir para um dos campeonatos mais fortes do mundo. Tenho o sonho e objetivo de vencer a Champions e foi por isso que escolhi o meu atual clube. Sabia as dificuldades que ia encontrar, num contexto em que não escolhi o plantel, em que não tenho tempo para treinar e com obrigação de vencer. Ainda assim, é um clube histórico, que me pode dar a possibilidade de estar mais perto de um dos objetivos que tenho para a minha carreira, isto depois de ter ganho tanto em Portugal", reconheceu.
Depois de um começo fulgurante ao serviço dos milaneses, bastou um momento menos estável para a crítica surgir. Esta dependência dos resultados para a estabilidade foi um dos temas a ser debatidos.
"Depois de termos ganho a Supertaça diante do Inter, empatámos com o Cagliari, com um erro individual, que acontece. Desde esse momento, todos os dias surgem novos treinadores para o clube", sustentou.
Naquela que foi a primeira vez que falou em público, desde que saiu de Portugal, Sérgio Conceição discutiu os conceitos que solidificam a construção de uma ideia de jogo e as necessidades de cada realidade.
"Atualmente, todos gostam de construir a partir de trás. Eu também gosto de sair a jogar, mas para isso é necessário jogadores que o permitam. No F. C. Porto tive um guarda-redes fantástico, que fazia com que isso fosse possível, e no AC Milan também tenho", explicou.
Por fim, o técnico português, após ter sido desafiado, deixou um conselho para os mais jovens: "Um treinador não tem de perceber apenas de futebol. Quem só percebe de futebol, não percebe de nada. Durante um período da minha vida, tive de ajudar a família em termos económicos. Fui ajudar um primo a vender para a feira. Era introvertido, mas esse período fez de mim o papagaio que sou hoje. Vivam uma vida de forma apaixonada e agarrem-se a todos os episódios das vossas vidas".