Treinador do F. C. Porto comenta o facto de ter renovado contrato por quatro anos a dois dias das eleições, dizendo que não é no último ou no penúltimo dia que os sócios decidem em quem votar.
Corpo do artigo
"O timing é o que menos belisca a opinião de todos os sócios do F. C. Porto que vão votar. Acredito que não é no último ou no penúltimo dia que vão decidir alguma coisa que não esteja já decidido em relação a um dos candidatos. Esse é o primeiro ponto. Depois, foi meter no papel algo que já estava apalavrado com o nosso presidente", afirmou, na antevisão do jogo de domingo com o Sporting.
"Como toda a gente sabe, Pinto da Costa, além de presidente é meu amigo, mas isso não significa nada, porque ele tem muitos amigos que não servem o F. C. Porto e não vê neles competência ou algo que possam acrescentar, neste caso eu como treinador. Foi dessa forma que conseguimos, nos últimos sete anos, voltar a ter a hegemonia e sermos o único clube pentacampeão em Portugal. Falo da minha estadia aqui, temos praticamente tantos títulos como os dois rivais juntos que neste momento estão na nossa frente [neste campeonato]. Foi, no fundo, olhar para o que tem sido este passado recente, o presente e o futuro", acrescentou.
Questionado sobre se o clássico com os leões pode ser marcado por uma espécie de ressaca das eleições, Conceição afirmou: "Já votaram cerca de 7000 sócios, é um dia importante na vida associativa do clube, é bem demonstrativo da paixão e da vida do clube. Quem a faz são os sócios. A prova disso é esta afluência. Não tem de ser uma ressaca porque normalmente esse termo é de algo negativo. É muito positivo o dia de hoje. Espero que finalize da forma como eu quero e sinto que é melhor para o nosso futuro próximo. Se isso não acontecer, os sócios é que decidem. Não há nada a dizer. Não há ressaca nenhuma, o nosso papel é focar no jogo de amanhã".
Em relação à partida, o técnico portista entende que quando a bola começar a rolar tudo o que se passou nos dias anteriores é esquecido. "Acho que nada do que gravita à volta dos clubes, que não seja o trabalho de campo e preparação do jogo, pode interferir. Obviamente que acaba por criar algum ruído, e isso não é benéfico. Não conseguimos bloquear 100% o que se vai passando. Mas dentro do nosso trabalho, os jogadores têm de perceber que o importante, o papel deles, é o jogo de amanhã. Tanto eu como o Rúben, como treinadores e responsáveis, sabemos isso. Nada deve interferir, mas quando o árbitro apita isso é esquecido e o público quer é uma vitória, que a bola entre na baliza do adversário e não na nossa", disse.
Numa conferência em que revelou a disponibilidade do guarda-redes Diogo Costa, depois de ter recuperado de um problema físico, Sérgio Conceição desvalorizou a possível maior motivação do adversário, no caso de se poder sagrar campeão no Dragão: "Já fomos campeões na Luz e no Dragão contra o Sporting. Não é isso que vai motivar mais o adversário ou a nossa equipa. Este é o 14.º jogo contra o Sporting desde que estou aqui, há sempre das duas partes a tentativa de encontrar situações diferentes para surpreender o adversário. Isso é que é o bonito do jogo. Umas vezes temos sucesso, noutras não tanto".
Sobre a viagem de Ruben Amorim a Londres nos últimos dias e uma possível influência desse facto no encontro, desviou o tema com ironia à mistura: "Espero que tenha corrido sem turbulência e que o tempo estivesse bom. Não tenho de me pronunciar sobre o que o Ruben Amorim faz na sua vida profissional. Era o que me faltava".