Duas semanas depois do dérbi da Taça, que o Braga ganhou, em Guimarães, por 2-1, eis mais um desafio de todos os antagonismos minhotos do futebol. Desta vez, neste domingo, é para o campeonato, na "pedreira". Sérgio Conceição, treinador do Braga, diz que será "um jogo diferente, com todos", reparte o favoritismo e declara abertos os "mind games"...
Corpo do artigo
"Favoritismo? É 50-50", afirma o técnico do Braga, que entrará no dérbi, da 12.ª jornada da Liga, no quinto lugar da classificação e a cinco pontos do rival. Uma diferença que, segundo Conceição, é efémera: "Muito objetivamente, essa diferença justifica-se, porque o Vitória tem estado muito bem, mas não reflete o valor das equipas".
E se o jogo da Taça é a mais recente referência para este braço-de-ferro minhoto, o treinador do Braga acrescenta: "O Vitória é uma equipa com princípios muito bem definidos, com um jogo muito apoiado e muito ligado, o que leva a dizer-se que joga muito bem à bola. Mas, o que é isso? Eu acho que não! No jogo da Taça, fomos mais fortes e fomos melhores em todos os aspetos. Fomos muito mais objetivos e tivemos muito mais oportunidades de golo".
Para Conceição, o Vitória só é melhor num aspeto: "É a equipa do campeonato que mais cartões amarelos provoca nos adversários. Não sou eu que o digo, são as estatísticas que o comprovam. Acho que os árbitros devem estar atentos".
Ou como, antes de a bola pinchar no relvado do Estádio Muncipal de Braga, o dérbi já mexe nos corredores, até no habitual esconder do jogo. Sérgio Conceição sempre diz que Ruben Micael está recuperado, mas, como é hábito, faz caixinha da lista de jogadores convocados, a divulgar em cima da hora do jogo. "Sim, o Rúben está recuperado, mas é preciso ver que esteve duas semanas parado. Logo se verá", afirma o treinador do Braga.
Se as estatísticas, esses gráficos que supostamente explicam tudo, contam no futebol, talvez também expliquem a "psicose" instalada em Guimarães de cada vez que o Vitória tem de atravessar a Falperra para desafiar o rival. Nos últimos 12 anos, em dez jogos para o campeonato, apenas por uma vez escapou à derrota, com um empate, para amostra. E acumulou mais um desaire, para a Taça da Liga.
Evidência: o Vitória nunca ganhou na "pedreira", que se tornou num antro de todos os receios vimaranenses; o último triunfo vitoriano em Braga remonta à época 2002/03 e verificou-se no velhinho Estádio 1.º de Maio, onde os golos de Pedro Mendes, Romeu, Nuno Assis e Rafel deram o triunfo (4-2) que mais se celebra no Toural.
A tendência da última década serviu para o Braga equilibrar a estatística dos confrontos com o rival. Em 127 jogos, para todas as competições, registam-se 26 empates, 51 triunfos do Vitória e 50 do Braga. Ou seja, neste domingo, o clube dirigido por António Salvador tem a oportunidade de fazer história e de pôr em rigoroso equilíbrio o saldo das refregas com o rival, com quem disputa a hegemonia minhota da bola.
Para o campeonato, o histórico de 110 jogos ainda dá vantagem folgada ao Vitória: 46 vitórias, 23 empates e 41 derrotas. Nos 55 desafios realizados em Braga, vinga o fator-casa: 35 vitórias, dez empates e dez derrotas.
