A viver um dos melhores períodos da carreira de dragão ao peito, o médio não esquece as dificuldades que passou antes de se fixar nos azuis e brancos: "Nem todos podem ser como o Mbappé".
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Sérgio Oliveira está em estado de graça no Dragão. Titular indiscutível, também começa a impor-se na seleção, mas o próprio admite que chegou a pensar que não teria uma carreira consolidada no F. C. Porto.
"Estou no auge da minha carreira, mas não foi fácil. Houve uma altura em que achei que não ia voltar ao F. C. Porto. Quando fui para o Paços de Ferreira [em 2013], pensei: 'E agora, como é que vou voltar ao F. C. Porto?' Mas continuei sempre a trabalhar da mesma forma e depois o mister Sérgio Conceição deu-me aquilo de que eu precisava. Olhou para mim e disse: 'Tu tens qualidade, mas precisas de evoluir em certos aspetos'. Queria ser uma referência do clube e o mister Sérgio teve um papel preponderante", destacou o médio, em entrevista ao site da UEFA.
Sérgio Oliveira lembra ainda que teve que convencer Sérgio Conceição e que o treinador lhe sugeriu sair por empréstimo.
"A primeira vez que trabalhei com o mister Sérgio Conceição foi em França [no Nantes]. No ano seguinte ele veio para o F. C. Porto e pedi-lhe para ficar na equipa. Ele disse-me que se calhar era melhor eu sair para ter mais oportunidades de jogar, porque se ficasse se calhar ia jogar pouco. Respondi que queria fazer a pré-época e que ia agarrar o meu lugar. Ele disse: 'OK, mas tens de saber que não és a minha primeira opção'. Eu apenas disse: 'Não tenho problema com isso'. Fiz a pré-temporada e lembro-me que fiquei nove jogos na bancada. Do nada, ele chamou-me e disse-me: 'Olha, vais jogar. Confio em ti". Foi inesquecível. Senti que podia confiar nele e que me ia ajudar em todos os aspetos. Temos personalidades muito fortes e tivemos as nossas discussões, sempre com muito respeito, mas hoje em dia temos uma relação muito boa", revelou.
Sérgio Oliveira deixa ainda um recado a todos os que estão a começar e que querem fazer carreira num grande clube, considerando que para chegar ao topo o normal é fazer um percurso com dificuldades pelo caminho.
"Nem todos podem ser como o Mbappé, que tem jogado ao mais alto nível desde que tinha 18 anos. Isso não é normal, o normal é um percurso como o meu, com dificuldades, com empréstimos, com tudo aquilo que faz parte da evolução de um profissional e de um ser humano. Há que trabalhar todos os dias para que um dia chegue o sucesso e quando isso acontece há que continuar a trabalhar", salientou.