O sócio do Vitória de Guimarães Paulo Emanuel Mendes, promotor de um pedido de marcação de uma Assembleia-Geral (AG) extraordinária para destituir a direcção, apresentou uma queixa-crime contra o presidente da mesa da AG, João Cardoso.
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Numa nota enviada hoje à agência Lusa, Paulo Emanuel Mendes revela que deu entrada na quinta-feira no Tribunal Judicial da Comarca de Guimarães uma queixa-crime "contra o presidente da Assembleia-Geral do Vitória".
Em causa está o facto de João Cardoso ainda não ter agendado a referida AG extraordinária, evocando irregularidades no requerimento entregue.
Numa recente entrevista a uma rádio local e confrontado sobre a questão, o responsável explicou ainda que "não foi apresentado qualquer argumento, e os estatutos não o exigem, mas é de bom tom que isso aconteça porque não estamos a falar de uma questão menor, mas de uma destituição de uma direcção que foi eleita por dois terços dos votos".
Além disso, João Cardoso aponta como falha o facto de o texto do requerimento não estar repetido em todas as folhas, o que lhe suscita "dúvidas" sobre a vontade inequívoca de todos os signatários.
João Cardoso explicou que "se estiver tudo em conformidade" marcará a AG, mesmo não concordando com o propósito, porque não lhe parece que seja a melhor forma de resolver "os graves problemas" do Vitória.
Para Paulo Emanuel Mendes, contudo, "a petição que foi entregue, de forma indecomponível, ao contrário do que ele [João Cardoso] pretende fazer crer, é um documento constituído por 20 folhas numeradas e rubricadas, sendo vontade inequívoca e expressa de todos quanto a assinam - e não o fizeram em branco - que seja marcada a AG extraordinária nos termos do artigo 28.º, alínea b) dos estatutos".
O associado não está disposto a fazer qualquer correcção à petição e frisa que "em nenhuma parte dos estatutos se exige qualquer fundamentação para suportar a pretendida ordem de trabalhos, tal é matéria a tratar nas intervenções a realizar na AG", tendo agora instaurado uma queixa-crime contra João Cardoso.
Para sábado, a partir das 10 horas, um grupo de associados marcou uma manifestação de protesto contra os presidentes da direcção e da mesa da AG, Macedo da Silva e João Cardoso, junto ao complexo desportivo do Vitória de Guimarães.