Médio do Manchester United marcou os dois golos decisivos rumo ao Catar. Exibição segura da seleção portuguesa, que foi bem superior aos macedónios.
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Portugal já tinha sofrido a bom sofrer no resto do apuramento para o Mundial e o jogo com a Macedónia do Norte foi tudo o que Fernando Santos havia pedido. Sem tremeliques, a seleção lusa garantiu a qualificação à custa de uma exibição consistente e provou que continua fiável nos momentos de "mata-mata". Longe de ser brilhante ou avassaladora, a equipa das quinas marcou nas alturas certas, controlou quase por completo o adversário e o selecionador não chegou a passar pelos tais apertos que, segundo o próprio, o coração já não aconselha.
Em relação à partida com a Turquia, Santos mexeu três peças na defesa (os laterais Cancelo e Nuno Mendes renderam Dalot e Guerreiro, e Pepe substituiu Fonte na dupla central com Danilo), mas manteve o resto, à procura de dar continuidade ao bom rendimento ofensivo dado pelos jogadores que tinham sido titulares no miolo e no ataque, na passada quinta-feira. De início, os macedónios emperraram o jogo luso, à custa de muita vontade e agressividade nos duelos, mas pouco incomodaram na frente. E no primeiro erro que cometeram em zona proibida, ficaram a perder.
Aos 32 minutos, Bruno Fernandes recuperou uma bola ainda no meio-campo adversário, tabelou com Cristiano Ronaldo e, com toda a calma, fez o 1-0, afastando aquela espécie de mau olhado que costuma persegui-lo nos jogos por Portugal. A meio da segunda parte, depois de um par de boas hipóteses de dilatar a vantagem terem ficado pelas intenções, o médio ofensivo do Manchester United repetiu a dose, em grande estilo, no seguimento perfeito de uma assistência de Diogo Jota.
Os fantasmas que invadiram as mentes lusas após aquela traumática derrota com a Sérvia, em novembro, esvoaçavam em definitivo para outras paragens. O 2-0 trouxe a Portugal a tranquilidade necessária para gerir o resto do encontro da forma que mais queria, sem dar hipóteses aos macedónios de aplicarem a mesma receita matreira com que tinham liquidado a Itália na meia-final deste play-off. E, convenhamos, seria um crime de lesa futebol que a seleção portuguesa, com tanto talento ao dispor, desperdiçasse a oportunidade soberana que teve de disputar com um adversário inferior o desafio decisivo da qualificação.
Ao som dos cânticos do público que encheu o Dragão, o que sobrava do jogo foi bem controlado pela equipa das quinas, eficiente a trocar a bola e a mantê-la bem longe da baliza defendida por Diogo Costa. As substituições e um certo desânimo dos macedónios fizeram com que o relógio corresse mais depressa nos últimos minutos e só faltou o golo de Ronaldo para que o êxtase fosse total. Talvez faça mais falta lá para o final do ano, no Catar, porque esta terça-feira não foi mesmo preciso.
Sinal Mais: Pepe voltou ao onze e formou com Danilo uma ótima dupla. Os golos de Bruno foram bem construídos e ainda melhor finalizados.
Sinal Menos: Cancelo esteve desinspirado e nervoso no regresso à equipa portuguesa. Esperava-se mais perigo de Elmas e Ristovski na Macedónia.
Árbitro: Avesso a mostrar cartões, o inglês Anthony Taylor ajuizou bem dois lances seguidos de possível penálti na área lusa: Pepe e Danilo não fizeram qualquer falta.