Título leonino conferiu credibilidade ao presidente e silenciou a oposição. Contratação de Ruben Amorim foi decisiva para o êxito da equipa.
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O presidente do Sporting Frederico Varandas foi uma das principais figuras na conquista do título nacional. Contra muitas e duras críticas, insistiu, em março de 2020, na contratação de Ruben Amorim, passo que se revelou crucial, 14 meses depois, para unir o clube. Hoje, a liderança está mais solidificada e o silêncio é a nota dominante entre os principais rostos da oposição.
Apesar do feito, Varandas preferiu não se colocar em bicos de pés durante os festejos e abandonou o palco da festa quando os jogadores ergueram o troféu de campeão, no final do jogo com o Boavista. Seria o palco perfeito para devolver algumas das críticas com que foi brindado durante a presidência, muitas motivadas pelos opositores, outras vindas das claques, quando lhes cortou os privilégios por entender que estavam a ultrapassar os limites razoáveis.
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A serenidade tem sido a imagem de marca do dirigente, mas algumas das suas decisões não caíram bem no universo verde e branco. Como, por exemplo, a troca constante de treinadores, até à chegada de Ruben Amorim, e o despedimento coletivo de 20 funcionários, em janeiro.
O título arrefeceu as críticas e os números são como o algodão, não enganam: em dois anos e meio, conquistou quatro troféus - o título junta-se a uma Taça de Portugal e a duas taças da Liga. Passo que pode ser decisivo para a sua popularidade junto do universo verde e branco. Paralelamente ao êxito desportivo, as contas da SAD vão ganhar um novo impulso com o acesso direto à fase de grupos da Liga dos Campeões, uma forte alavanca para desanuviar o panorama financeiro.
Os problemas de Varandas não existiram apenas dentro de portas. O dirigente acusou Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa, seus homólogos no Benfica e no F. C. Porto, respetivamente, de pertencerem ao dirigismo do passado, cortando a eito a possibilidade de relações institucionais com os rivais diretos. O Sporting está só, orgulhosamente só, mas com a diferença de ter o título no bolso.
Os abraços emocionados a Hugo Viana, diretor desportivo, e ao treinador Ruben Amorim, em Alvalade, após o Sporting-Boavista, foram o espelho fiel de uma temporada de sucesso, assente num triângulo coeso e em ligação direta. Mais vigilantes, Benfica e F. C. Porto têm agora um Sporting diferente. E bem mais firme.