Sprint de João Matias prolonga dias de sonho da Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua
João Matias voltou a festejar na Volta, depois de duas vitórias em etapas na edição de 2022
Pedro Correia / Global Imagens
Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua conquista a terceira vitória seguida em etapas na Volta a Portugal, mas permite que Rafel Reis recupere a camisola amarela, que estava na posse de Leangel Linarez.
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E já vão três vitórias em etapas consecutivas, ao sprint, para a imparável Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua, num êxito desta vez protagonizado por João Matias, que sucedeu ao “bis” de Leangel Linarez. O ciclista de Barcelos, de 32 anos, que nas outras duas ocasiões tinha lançado o companheiro para o triunfo, foi, desta vez, o mais forte, num abrasador final em Loulé.
Linarez não conseguiu estar no momento das decisões, cedendo fisicamente a sete quilómetros da meta, o que lhe custou a camisola amarela, recuperada por Rafael Reis (Glassdrive-Q8-Anicolor). O primeiro líder da prova só teve de acompanhar o pelotão para saltar do terceiro lugar da geral novamente para o topo.
Fuga desafiou calor
Este desfecho talvez nem estivesse nos planos iniciais da Glassdrive-Q8-Anicolor para uma longa etapa, onde, depois da brisa da partida, em Sines, o pelotão foi devorado por uma onda de calor, com mais de 40 graus na estrada, na viagem até Loulé. Ainda assim, três ciclistas desafiaram a canícula logo no segundo quilómetro da corrida, com Nuno Meireles (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho) e os neerlandeses Wesley Mol (Bike AID), Lars Quaedvlieg (Universe Cycling Team) a desenharem uma fuga que prevaleceu quase toda etapa e chegou a ter quase 10 minutos de vantagem.
O pelotão, frequentemente liderado pelos espanhóis da Caja Rural, apertou o ritmo para os derradeiros momentos, e a dez quilómetros da meta anulou o esforço dos escapados. Aí, houve mais algumas tentativas, mas o desfecho da jornada viria a ser imposto pelas quebras do camisola amarela Leangel Linarez e do segundo da geral, Daniel Babor (Caja Rural), no último prémio de montanha.
Percebendo a oportunidade para recuperar a amarela, a Glassdrive controlou a corrida até ao final, colocando até Luís Mendonça na decisão ao sprint, mas foi João Matias, que havia vencido duas etapas em 2022, a mostrar-se mais forte, com excelente recuperação.
Nas contas da geral, as margens mantêm-se curtas, com Rafael Reis a ter apenas dois segundos de vantagem para o agora segundo classificado João Matias, e quatro para o alemão Lukas Meiler (Team Voralberg). A etapa de hoje, entre Estremoz e Castelo Branco (184,5 km), pode voltar a mudar tudo.