
49ers e Chiefs vão disputar o troféu Vince Lombardi
Foto: Twitter NFL
Las Vegas recebe no domingo, pela primeira vez, a final da NFL, o principal evento desportivo do ano nos Estados Unidos. Outra novidade tem a ver com a hipótese de a estrela maior da noite estar sentada na bancada a torcer pelo namorado. Taylor Swift, pois claro...
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A 53.ª edição do Super Bowl coloca frente a frente os Kansas City Chiefs, detentores do título, e os San Francisco 49ers, mas é o facto de o jogo se disputar em Las Vegas, a "Cidade do Pecado", como é conhecida nos EUA, que está a tornar esta final da liga de futebol americano ainda mais especial do que em ocasiões anteriores. O "Allegiant Stadium", com capacidade para cerca de 70 mil pessoas, pode ser pequeno para albergar tanta curiosidade em redor de um evento que deverá bater recordes de audiência (os 115 milhões de telespectadores que viram a final do ano passado serão, com toda a certeza, ultrapassados).
Bem perto dos casinos onde, todos os dias, milhares de turistas norte-americanos, e não só, tentam ganhar fortunas em jogos de azar, quase sempre sem sucesso, Chiefs e 49ers reeditam a final de há quatro anos. As bolsas de apostas dão favoritismo à equipa californiana, mas o maior rebuliço dos últimos dias é provocado por um jogador da formação de Kansas, sobretudo por ser namorado de que é. Mas já lá vamos.
Primeiro, importa falar dos números astronómicos em redor do grande jogo. Segundo estimativas da "American Gaming Association", este será o Super Bowl que mais milhões vai movimentar em apostas, ou não se estivesse a jogar em Las Vegas. Até domingo à noite (a partida começa às 23h30 horas portuguesas, com transmissão na Eleven Sports/DAZN), prevê-se que 68 milhões de adultos norte-americanos apostem em algo relacionado com o jogo, o que significa um aumento de 35% em relação à final do ano passado, entre os Chiefs e os Philadelphia Eagles.
Cada anúncio publicitário nos inúmeros intervalos da transmissão televisiva a cabo da estação CBS, com os habituais 30 segundos de duração, custa às marcas sete milhões de dólares (6,5 milhões de euros) e o consumo no dia do jogo, em todo o território norte-americano, deverá rondar os 17 mil milhões de dólares (15,7 mil milhões de euros). A CBS revelou que vai utilizar 165 câmaras na transmissão, uma das quais instalada junto às famosas fontes do Bellagio Casino Hotel, e o sinal será difundido para 190 países, com comentários em 25 idiomas diferentes.
O espetáculo ao intervalo, também ansiosamente aguardado pelos adeptos, estará a cargo do cantor Usher, que como é habitual não receberá um cêntimo pela atuação. As despesas do show estão a cargo da NFL, mas não há cachet para o artista, cujos dividendos são garantidos "apenas" pela exposição planetária do evento.
Ao contrário do habitual, muitas das marcas que vão anunciar dão prioridade ao público feminino, o que tem explicação na tal namorada famosa de Travis Kelce, um dos melhores jogadores dos Kansas City Chiefs. Sim, falamos de Taylor Swift, talvez a cantora mais conhecida da atualidade, que iniciou a relação com Kelce no verão passado e tem atraído atenções de estádio em estádio durante a época, simplesmente por estar muitas vezes na bancada a assistir aos jogos do "boyfriend".
O Super Bowl não será exceção, mesmo que Swift tenha um concerto em Tóquio no dia anterior: a cantora vai voar a toda a velocidade para Las Vegas e ver o jogo ao vivo, para gáudio dos fãs e das câmaras, que a vão procurar frequentemente durante a transmissão. E se os Chiefs ganharem, lá estará Taylor em pleno relvado agarrada a Travis Kelce, como se viu há duas semanas após a vitória na final de conferência com os Baltimore Ravens.
Do ponto de vista desportivo, talvez os 49ers, melhor equipa da fase regular, com 12 vitórias e 5 derrotas, agradeçam terem ficado na sombra do "fator Swift", para aliviarem a pressão de não ganharem um SuperBowl desde 1995, ainda que na história da NFL já tenham conquistado mais vezes o troféu do que os Chiefs (cinco contra três).
As derrotas nas finais de 2013 e 2020 ainda pesam nos adeptos da equipa de São Francisco, que tem um "quarterback" muito menos cotado do que o adversário. Brock Purdy não possui o estatuto de estrela como Patrick Mahomes, melhor jogador da NFL na época passada e duas vezes campeão nos últimos quatro anos, mas tem ao dispor um conjunto de armas ofensivas superior ao dos Chiefs, cuja defesa é, na teoria, superior. Se o setor defensivo dos 49ers conseguir igualar a intensidade dos rivais, sobretudo com o objetivo de travar a ligação de Mahomes com Kelce, e assim deixar Taylor Swift sentada na cadeira, será meio caminho andado para impedir a revalidação do título pela equipa de Kansas City.

