Clubes profissionais concordaram esta sexta-feira, durante a Cimeira de Presidentes, em reduzir a Taça da Liga a apenas uma final four. Medida deve entrar em vigor a partir da época 2024/25, mas tem ainda de ser aprovada em assembleia-geral da Liga de Clubes. Centralização dos direitos televisivos também foi discutida.
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A Taça da Liga de futebol deverá ser reduzida, a partir da época 2024/25, a apenas quatro equipas que vão disputar o troféu durante uma semana, na habitual final four. Esta foi uma das medidas que os clubes concordaram, durante a Cimeira de Presidentes, da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), realizada no Porto.
Nessa reunião, onde estiveram presentes os líderes das sociedades desportivas da Liga e Liga 2, nomeadamente Pinto da Costa (F. C. Porto), Rui Costa (Benfica), Frederico Varandas (Sporting) ou António Salvador (Sporting de Braga), foi ainda estabelecido propor uma redução dos jogos na Taça de Portugal, e manter o quadro competitivo, com 18 equipas, nos dois principais campeonatos nacionais.
A redução de jogos defendida para as Taças prende-se com a reformulação que a UEFA pretende fazer, para a época 2024/25, nas competições europeias, nomeadamente na Liga dos Campeões, que vai retirar quatro semanas às competições internas, o que exigiria um esforço extra dos clubes para cumprir todo o calendário das provas.
"Mediante as alterações competitivas promovidas pela UEFA para 2024, a proposta é fazer uma redução do número de equipas na Taça da Liga, e dos respetivos jogos, mas mantendo a final four. Em cima da mesa está um projeto de internacionalização, que aproveita o período, para disputar esses jogos em espaço internacional", disse Pedro Proença.
Sobre as quatro equipas que serão apuradas para disputar essa final four, o dirigente disse que o modelo ainda será estudado, mas que pode passar "pelos quatro primeiros classificados da Liga, na época anterior".
Sobre as propostas de alteração para a Taça de Portugal, que terão de ser feitas para aprovação da Federação Portuguesa de Futebol, os clubes defendem, segundo Pedro Proença, "passar para apenas um jogo a fase da competição que é disputada a duas mãos [meias-finais]".
O presidente da LPFP lembrou que as medidas debatidas esta sexta-feira na Cimeira de Presidentes, um órgão político, terão de ser formalizadas em forma de propostas para serem votadas em assembleia geral da LPFP, para poderem ser aprovadas.
Pedro Proença, que partilhou a vontade da maioria dos clubes em manter os campeonatos com 18 equipas, ao contrário do que defende o Sporting de Braga, que queria uma redução de participantes, revelou que nesta sessão também foi debatido o tema da centralização dos direitos audiovisuais, tendo marcado presença na reunião o presidente da Liga Espanhola, Javier Tebas, que partilhou o modelo usado no país vizinho.
"O processo da centralização dos direitos audiovisuais é irreversível, e os clubes ainda equacionam a antecipação da sua implementação [agendada para 2028]. Será o mercado a ditar se tal pode acontecer" disse Pedro Proença.
O dirigente aponta que intenção da centralização dos direitos "é reduzir a diferença entre os que mais ganham e os restantes, que atualmente está na proporção de 1 para 15", e embora ainda não detalhando o modelo a implementar, garante que o pressuposto "é manter os valores mínimos dos contratos [televisivos], sendo que boa parte do incremento será para os que menos ganham".
"O modelo a seguir pode ser o da La Liga [Espanha], em que 50% das receitas é distribuída, equitativamente, 25% pela performance desportiva da época anterior e os restantes 25% através dos processos de implementação das marcas dos clubes no espaço nacional", partilhou Pedro Proença.
Nesta reunião também participou o Secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Correia, que abordou algumas iniciativas legislativas em vigor, nomeadamente na prevenção e combate à violência no Desporto.