Ver Lionel Messi a jogar com a camisola de outro clube é algo inimaginável para muitos adeptos do Barcelona. Após o anúncio da saída do argentino da Catalunha, recordamos outros craques que se tornaram figuras históricas de um clube.
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Rogério Ceni
O lendário guarda-redes brasileiro é uma das maiores figuras do São Paulo e um histórico do futebol do Brasil. Ceni chegou ao clube em 1990 e retirou-se do desporto em 2015, com uns impressionantes 25 anos ao serviço do "tricolor".
Um dos aspetos que destacava Ceni era a quantidade de golos que marcava, a grande maioria de livre direto. Tinha uma aptidão fora do normal, sobretudo para um guarda-redes, para marcar estas bolas paradas. No total, foram 131 golos em mais de 1200 jogos pelo clube. Conquistou 11 títulos na carreira, com destaque para o Campeonato do Mundo em 2002 pelo Brasil.
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Paolo Maldini
É uma das lendas do futebol italiano e um dos poucos jogadores a representar por tanto tempo o mesmo clube na Europa. Chegou ao AC Milan em 1985 e anunciou o fim da carreira 25 anos depois, em 2010. É agora diretor técnico do clube e tem o filho Daniel Maldini a competir na equipa de Milão.
Com mais de 900 jogos pelo AC Milan, conquistou cinco Ligas dos Campeões, sete campeonatos italianos, entre outros troféus, num total de 26. Marcou 33 golos e fez 43 assistências ao serviço do Milan.
A segurança defensiva que ofereceu ao longo da carreira e a forma como se foi adaptando ao cariz cada vez mais ofensivo da posição de lateral esquerdo, tornam Maldini como um dos grandes defesas da história do futebol. O seu perfil de líder valeu-lhe a alcunha de "Il Capitano" (O Capitão). Era a personificação de AC Milan dentro de campo, um dos mais acarinhados pelos adeptos pela dedicação e devoção que sempre manteve ao clube, desde o início até ao fim de carreira.
Ryan Giggs
Nascido no País de Gales, é um dos jogadores com mais jogos por um só clube na história do futebol. Curiosamente, começou a formação no Manchester City, clube rival daquele em que fez toda a carreira, o United. Chegou para as camadas jovens dos "red devils" em 1987 e foi promovido à equipa principal em 1992. Desde aí, foram golos, assistências, títulos, e muitos corredores esquerdos percorridos a alta velocidade.
Nos 932 jogos realizados, marcou mais de 160 golos e assistiu 250, terminando a carreira como um dos jogadores mais titulados de sempre. Em 35 conquistas, destacam-se os 13 campeonatos ingleses, duas Ligas dos Campeões e nove Supertaças Inglesas.
Teve sucesso a jogar como ala esquerdo, a percorrer o corredor com velocidade, ultrapassar adversários com o drible e criar situações de golo (ou marcá-los) com o pé esquerdo. Numa fase adiantada da carreira, passou a jogar atrás do avançado Van Nistelrooy onde encontrou sucesso e já nos anos finais mostrou qualidade a médio centro, fazendo jus da capacidade de distribuição de jogo.
"Ryan Giggs, Ryan Giggs, Running down the wing" era um dos cânticos mais ouvidos em Old Trafford, como forma dos adeptos mostrarem o apreço por um marco do clube, uma instituição dentro da instituição a que dedicou a sua vida.
Francesco Totti
Uma das mais fiéis representantes do futebol italiano e um dos jogadores mais admirados de sempre, por adeptos da AS Roma, mas também por rivais. Totti passou 25 anos a servir as cores da formação romana, somando golos atrás de golos e levando títulos para a capital italiana.
Realizou mais de 700 jogos pela Roma e participou de forma direta em 492 golos, com destaque para um especial: em 2015, marcou à Lazio, eterna rival, e tirou uma selfie em pleno jogo, enquanto celebrava o feito. Conquistou sete títulos na carreira, sagrando-se campeão do mundo pela Itália em 2006.
Totti é a maior figura da história da Roma, o jogador com mais golos e mais jogos pela equipa, um craque que poderia ter "dado o salto" para um clube de maior dimensão em várias fases da carreira, mas o seu amor pela Roma falou mais alto do que qualquer projeto desportivo. Em 2017, despediu-se dos adeptos entre muitas lágrimas, aplausos e cânticos para um jogador que se confunde com a Cidade Eterna.
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Andrés Iniesta
O pequeno génio passou 21 anos no Barcelona, desde a formação até à saída para o Japão. Todos os génios são, em alguma fase, incompreendidos e Iniesta não foi exceção. Nunca foi médio de muitos golos ou muitas assistências, mas espalhou durante anos magia no meio campo do Barça, fazendo a equipa jogar ainda melhor e dando também um toque perfumado à seleção espanhola, com a qual foi uma vez campeão do mundo e duas campeão da Europa.
Realizou mais de 670 jogos pelo Barcelona, com 57 golos e 138 assistências apontadas, algumas delas bem especiais, como o golo na segunda mão das meias-finais da Liga dos Campeões, em 2009, já tarde no prolongamento, que colocou os catalães na final. Em 2010, colocou o seu nome na história da Espanha ao marcar, também no prolongamento, na final do Mundial frente aos Países Baixos, o golo que deu um dos títulos mais importantes à seleção.
Quando em 2018 se despediu do Barcelona, Iniesta protagonizou uma das fotografias mais icónicas do futebol. O Camp Nou estava vazio, era de noite, estava escuro e, no centro do relvado, Iniesta. Sentado, descalço, numa união com a relva que pisou durante anos. Demonstrou amor incondicional a um clube e quis aproveitar os últimos minutos na sua casa.
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