Tampa de drenagem solta-se, danifica carro da Ferrari e instala o caos no GP de Las Vegas

Após Max Verstappen ter criticado a cerimónia de abertura, na quarta-feira, ao referir que os pilotos pareciam “palhaços” e que “99 por cento era show e um por cento corrida”, o Grande Prémio de Las Vegas, a terceira corrida do ano em solo norte-americano, voltou a mergulhar no caos.

A primeira sessão de treinos livres, nesta sexta-feira, foi interrompida com bandeira vermelha, ao fim de apenas oito minutos, após Carlos Sainz passar por uma tampa de drenagem, que se soltou e causou vários estragos no carro da Ferrari. A sessão, provisoriamente parada, acabou mesmo por terminar, sem que alguns pilotos tenham feito a totalidade das voltas.

“Depois de uma inspeção da FIA, descobriu-se que uma estrutura de betão em redor de uma tampa de drenagem falhou durante a primeira sessão de treinos. A FIA está a iniciar verificações em todas as outras coberturas no circuito. Quaisquer mudanças ao agendamento vão ser dadas em tempo oportuno”, referiu a organização, em comunicado.

A verdade é que a segunda sessão do dia, que estava agendada para as 8 horas portuguesas, acabou por sofrer um atraso de duas e meia e as bancadas ficaram praticamente despidas. Muitos fãs saíram depois do cancelamento da primeira sessão e, devido ao fecho de portas por parte da organização, não conseguiram voltar a entrar no recinto.

O pior acabou mesmo por se verificar no carro de Carlos Sainz, que sofreu danos significativos no fundo plano e unidade motriz, obrigando a trocas de vários componentes do carro, incluindo o motor. De acordo com a Federação Internacional do Automóvel (FIA), o acidente deveu-se a uma falha nas proteções de cimento colocadas nas tampas e o diretor-geral da Ferrari, Fred Vasseur, não poupou nas críticas à organização.

“O monocoque tem danos, tal como o motor e a bateria. É simplesmente inaceitável e vai custar-nos uma fortuna. Arruinámos a sessão do Carlos. Não vamos certamente fazer a segunda sessão de treinos. Isto é inaceitável para a Fórmula 1 atual”, atirou, sublinhando que submeteu um pedido aos comissários para que seja autorizada a troca dos componentes danificados sem qualquer penalização.

Apesar de nem o piloto nem a equipa terem responsabilidade direta nos danos, como teve de mudar a bateria, o piloto espanhol, na madrugada deste domingo, irá mesmo recuar dez posições na grelha de partida.

“Foi um dia duro. Sofri uma pancada muito forte nas costas e no pescoço no incidente que toda a gente viu. A tampa soltou-se e destruiu o carro, o chassis, o motor, a bateria e até o assento. A equipa fez um trabalho enorme para ter o monolugar pronto para os segundos treinos, foi um trabalho heróico. Conseguimos fazê-lo e recuperámos tempo”, explicou Sainz, que foi segundo depois de ter o carro recuperado, atrás do companheiro de equipa, Charles Leclerc.

“Parece que, este fim de semana, fomos competitivos e tenho vontade que chegue o sábado. O mau é que nos sancionaram em dez posições para a corrida de domingo porque a tampa danificou a bateria, entre outros componentes, e tivemos de a mudar. Sinceramente, não consigo entender e penso que devia ter-se considerado uma exceção pelo que aconteceu hoje, mas vamos ter de lidar com isso”, adiantou ainda o piloto espanhol.

A corrida do Grande Prémio de Las Vegas realiza-se na madrugada de domingo, às seis da manhã, hora portuguesa.