Crise de golos do Benfica não afasta a intranquilidade e contrasta com a confiança dos avançados do Braga.
Corpo do artigo
Este é um jogo que vai marcar a luta pelo título para as equipas, porque terá consequências, seja qual for o resultado final. O Benfica procura a terceira vitória seguida, depois de duas derrotas que abalaram a confiança, mas do outro estará um Braga que atravessa um dos melhores momentos da temporada (cinco vitórias nas últimas cinco jornadas). A isso junta-se a história recente de um Braga descomplexado, que se habituou a fazer a vida negra aos encarnados na Luz, ainda que na época passada tenha sido goleado (6-1), num jogo atípico, depois de duas vitórias consecutivas nas épocas anteriores, que deixam as águias de pé atrás.
Mas este cenário impensável para os lados da Luz, há um mês, surge por causa da quebra dos goleadores do Benfica numa fase decisiva, semeando dúvidas que se têm refletido em campo. Em Barcelos, Roger Schmidt teve mesmo de esperar pelas respostas do banco para festejar os três pontos, porque Ramos (515 minutos desde o último golo), João Mário (644), Neres (508) e Rafa (733) perderam a veia goleadora que lhes conferia capacidade para desequilibrar, facto que tem ajudado a alimentar a intranquilidade.
Já Artur Jorge tem mostrado ter soluções mais do que suficientes para complicar a vida a Schmidt e jogadores habituados a vencer na Luz, como Tormena, Al Musrati, Iuri Medeiros e Ricardo Horta. Na frente, aliás, este último marca há três jornadas consecutivas e seria no mínimo irónico se o jogador tão desejado por Schmidt, no início da época, lhe roubasse o título com um golo. Abel Ruiz (7 golos), Iuri Medeiros (10) e Ricardo Horta (12) valem 29 dos 66 golos do Braga e renovaram a confiança ao marcarem na goleada ao Portimonense (4-1). Quando o trio não chega, Artur Jorge ainda tem Banza (10 golos), que vai dando respostas.
O Benfica não pode repetir a derrota da primeira volta (3-0), se não quiser alimentar a concorrência, que... não tem dormido.
MELHOR
- Musa saiu do banco para ganhar o penálti que deu o segundo golo em Barcelos. Revela-se boa solução quando a equipa precisa.
- Golos de Abel Ruiz, Iuri Medeiros e Ricardo Horta ao Portimonense renovaram confiança.
- Vitórias do Braga na Luz em 2019/20 e 2020/21 descomplexaram a equipa.
PIOR
- Pontos perdidos contra F. C. Porto (4) e Sporting (4) penalizam o Braga na luta pelo título.
- Crise de golos de Ramos, João Mário, Neres e Rafa na pior altura da época.
- Colocação do norueguês e Aursnes a lateral e a aposta na dupla Florentino/João Neves ainda não convencem.
A FIGURA EM DESTAQUE
Taremi
Regressou aos golos contra o Boavista e garantiu a vitória do F.C. Porto no dérbi tripeiro. Agora com 16 golos no campeonato, está apenas a um tento de igualar Ramos na liderança dos melhores marcadores. O golo aos axadrexados foi ainda o terceiro em jogos consecutivos e a prova que o iraniano está, de novo, com veia goleadora, o que Sérgio Conceição agradece nesta fase decisiva da temporada. Em termos de registo pessoal, o 16.º golo do campeonato foi também o 25.º da época e está apenas a um de igualar a produtividade da época passada, a melhor no Dragão.