O treinador de Ana Rodrigues, a atleta mais jovem da Missão Olímpica Portuguesa em Londres2012, considera que um novo recorde nacional nos 100 metros bruços é a "expectativa mais realista" para a nadadora.
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Em entrevista à agência Lusa, Luís Ferreira recorda que a atleta conquistou em 2010 a Medalha de Bronze dos 50 metros bruços nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Singapura, e garante que a jovem de 18 anos "tem maturidade e palmarés para um bom desempenho em Londres".
"Ela é muito competitiva. Tem sentido de jogo, dá-se bem com a arte da estratégia e procura sempre ir mais longe, não para se evidenciar pessoalmente, mas para seu próprio estímulo pessoal e pelo gosto em superar-se a si mesma", afirmou.
A concorrência "forte e mais experiente" que Ana Rodrigues vai enfrentar nos Jogos Olímpicos é que colocam ao treinador da nadadora algumas reservas.
"Se ela passasse às meias-finais já era um bom resultado, mas esse é um cenário ficcionista. Bater o recorde nacional já é uma perspetiva mais realista", disse.
Nesse caso, a benjamim da Missão Olímpica Portuguesa terá que superar não apenas o seu melhor tempo, que é de 01:09.92 minutos, mas também a marca de Diana Gomes, que detém o recorde nacional absoluto de 01:09.47.
Luís Ferreira diz-se "muito satisfeito por a Ana ter atingido o objetivo para o qual andou a trabalhar", mas reconhece que a cautela é a melhor postura na situação atual.
"Não sou muito de me deixar levar por demasiado contentamento, porque assim também não corro o risco de me vir muito abaixo se as coisas correrem mal. É uma estratégia pessoal que criamos para lidar melhor com as nossas dores", garantiu.
O treinador de Ana Rodrigues realça, contudo, que a nadadora de São João da Madeira "tem o mérito de sempre ter procurado referências nos melhores do mundo", pelo que "desenvolveu um imaginário muito capaz para a modalidade e, com toda essa informação, conseguiu criar um estilo e uma técnica muito próprios".
Lamentando não poder acompanhar a atleta na comitiva oficial, mas aceitando que "as regras a isso obriguem", Luís Ferreira vai acompanhar a prova de domingo a partir da bancada do Aquatics Centre desenhado pela arquiteta Zaha Hadid e adivinha uma experiência difícil.
"Estou convencido de que vou estar mais nervoso na plateia do que estaria nas piscinas. "É melhor isso do que não ir sequer assistir, mas vou estar a ver nos Jogos Olímpicos uma atleta que foi trabalhada por mim este tempo todo e não me vou dominar tanto quanto é habitual", confessou.