O treinador do Felgueiras, Agostinho Bento, destacou, neste domingo ,o mérito da equipa nortenha na subida à Liga 2 portuguesa de futebol, ao garantir o segundo lugar numa edição da Liga 3 "menos injusta" face às duas anteriores.
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Ausente dos campeonatos profissionais desde o final da temporada 2004/05, a formação 'azul--grená' consumou, neste domingo, o regresso ao segundo escalão luso, com uma vitória por 2--0 perante o Sporting da Covilhã a assegurar o segundo e último lugar de subida, no término de um campeonato em que foi mais bem--sucedida nos jogos decisivos após vencer a Série Norte da primeira fase pelo terceiro ano seguido.
"Acima de tudo, foi uma subida merecida. Digo isto com todo o respeito pelo Lourosa e pelo Braga B, que lutaram até à última jornada [pela subida]. Foi uma vitória merecida de uma equipa que não digo que seja a melhor, mas que fez muito para subir neste ano, no ano passado e no ano anterior. É justo", disse à Lusa, na viagem de regresso após o embate disputado na Covilhã.
Treinador dos felgueirenses desde 2022/23, Agostinho Bento reconheceu que os desempenhos anteriores nas primeiras fases criaram "responsabilidade e expectativas mais altas" em torno do um plantel que sempre acreditou na subida, mesmo quando ocupava o quarto lugar do Grupo de Promoção à sexta jornada, a 10 pontos do então líder Lusitânia de Lourosa e a cinco do Sporting de Braga B e do Alverca, que se sagrou campeão.
Na opinião do treinador, a reconfiguração da fase final da Liga 3, de duas séries de quatro equipas, com seis jornadas, para uma série de oito, com 14, tornou a prova "menos injusta" e premiou a regularidade de um grupo que, mesmo quando a eficácia faltava, continuou a "fazer as coisas bem feitas" e a julgar possível ascender à II Liga, diretamente ou via play--off.
"Não vou dizer que esta equipa é melhor do que a do ano passado. Não seria justo da minha parte. Se apenas tivéssemos feito seis jornadas, não tínhamos subido. Continuo a dizer que este não é um campeonato justo, mas foi menos injusto do que o do ano passado. Esta segunda fase teve 14 jogos, e isso fez toda a diferença", vincou.
Além de ser "especial" promover um clube que esteve por uma vez na I Liga, em 1995/96, e que foi refundado em 2006, o treinador de 54 anos mostrou--se igualmente "feliz pelos atletas" e por cumprir a promessa de voltar a conduzir uma equipa à Liga 2, algo que já fizera ao serviço do Fafe, emblema da própria cidade de origem, na temporada 2015/16.
"Sabia que ia conseguir através de uma subida. Foi através do Felgueiras. Se não fosse através do Felgueiras, seria através de outra equipa, porque sei que sou capaz de fazer bem aos clubes. Estou contente apenas porque ganhei, e não a pensar no futuro. Ainda não parei um segundo neste ano a pensar no futuro", disse o técnico, cujo vínculo aos 'azuis--grená' termina no final da presente época.
O lateral direito e capitão, Mike, também descartou "pensar no futuro" e preferiu realçar a hipótese de "saborear, desfrutar o máximo possível e festejar" uma subida em que sempre acreditou e que "saiu muito do corpo" dos atletas, 'coroada' com um triunfo em que marcou o primeiro golo, num cabeceamento bem colocado.
"É quase a 'cereja no topo do bolo'. Lutámos dia após dia. Sabíamos das dificuldades, que tínhamos de estar no máximo das capacidades para vencer, para conseguirmos essa tal subida que tanto desejávamos. No ano passado, não o conseguimos. Neste ano, sim, e a felicidade é imensa", referiu o atleta de 34 anos, que já disputou a Liga 2 por Santa Clara, Desportivo de Chaves, Sporting da Covilhã e Académica.