Extremo bisa com classe e conduz a seleção nacional à final four. Alvalade viveu montanha-russa de emoções e só respirou de alívio no fim
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Seis anos depois, Portugal volta à final four da Liga das Nações, após vencer (5-2) a Dinamarca e dar a volta à eliminatória, num jogo que necessitou de prolongamento, vivido a um ritmo frenético e sob uma montanha-russa de emoções. Portugal entrou a falhar um penálti, conseguiu igualar a eliminatória, mas perdeu a vantagem em duas ocasiões, fruto de vários erros, pouca cabeça, e chegou a estar perto de sair da prova. A equipa das quinas, no entanto, nunca se desuniu perante a adversidade, e, no momento da verdade, contou com o pé esquerdo e serenidade de Trincão. O extremo foi implacável e letal em dois momentos que deram a volta à eliminatória, o segundo tento já no prolongamento. Gonçalo Ramos deu a estocada perto do final. Do “não jogámos nada” , assumido após o duelo de Copenhaga, Portugal subiu de rendimento, melhorou a qualidade da movimentação ofensiva, revelou química entre várias unidades e, sobretudo, mostrou garra, solidariedade e capacidade de luta.Não foi um conjunto com uma sincronização e harmonia de topo, mas denotou qualidade de jogo, momentos de nota artística e foi muito superior à Dinamarca.
Portugal entrou embalado pelo ambiente entusiasta em Alvalade, e o arranque podia ter sido perfeito, mas Ronaldo falhou uma penalidade. Apesar da adversidade, a formação de Martínez manteve o controlo, mas num ritmo não muito elevado. Ronaldo perdeu o segundo duelo com Schmeichel, após nova assistência de Nuno Mendes. O encontro tornou-se mais físico e dividido com Portugal a sentir dificuldade em progredir e criar oportunidades. Mesmo assim, o tento desejado sorriu com felicidade, numa cortesia de Andersen, que marcou na própria baliza.
Na segunda parte, Portugal voltou algo desconcentrado, cometeu erros, correu riscos e viu a seleção nórdica empatar por Kristensen. Martínez lançou Diogo Jota em detrimento de um Rafael Leão desinspirado. Ronaldo sentia dificuldades, mas voltou atrás no tempo para dar nova vantagem, numa recarga difícil. O capitão pediu cabeça, mas Ruben Dias teve uma espécie de “blackout” e permitiu novo empate.
Até final, Portugal lançou-se numa última vaga. Trincão selou nova igualdade na eliminatória, num desafio cheio de emoção e oportunidades nas duas balizas. A batalha alargou-se para o prolongamento, onde surgiu novamente Trincão, com um remate seco, a ampliar a vantagem e a tranquilizar Portugal, num jogo de loucos. Gonçalo Ramos, que entrou muito bem, deu a estocada, selando a goleada.
Sinal mais
Trincão saiu do banco para bisar e decidir o jogo. Nuno Mendes revelou-se um furacão à esquerda e foi letal a assistir.
Sinal menos
Ruben Dias não merecia, mas teve um “blackout” momentâneo. Rafael Leão esteve desinspirado e foi bem substituído.
Árbitro
Não hesitou no derrube a CR7, confirmado pelo VAR, e recebeu auxílio no lance em que Leão, em fora de jogo, inviabilizou o golo a Ronaldo.