A festa da Argentina nas ruas de Buenos Aires, capital do país, foi uma autêntica loucura. Os jogadores exibiram o troféu do Mundial a cerca de quatro milhões de adeptos e até Lionel Messi publicou uma fotografia na cama com a taça. Mas será que é o troféu é verdadeiro ou apenas uma réplica?
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A história do troféu do Campeonato do Mundo já deu muitas voltas. O original, apelidado de "vitória" foi introduzido aquando a realização do primeiro Mundial, em 1930. Mais tarde, em 1946, foi renomeado para "troféu Jules Rimet", em honra ao falecido presidente da FIFA que introduziu o torneio internacional na década de 1930. Na altura, a Taça ficava com os vencedores até à próxima prova porém, em 1970 ficou em definitivo com o Brasil, quase como prémio por ter conquistado o Campeonato do Mundo pela terceira vez.
Então, a FIFA promoveu um concurso para criar um novo design do troféu e o escolhido foi o modelo atual, desenhado por Silvio Gazzaniga, que se deu a conhecer no Mundial 1974. No entanto, em 1983 aconteceu um episódio que mudou a história. O troféu original Jules Rimet, oferecido ao Brasil em 1970 e que ficou guardado numa cabine de vidro à prova de bala na sede da Federação brasileira, no Rio de Janeiro, foi roubado e os rumores dizem que o metal foi derretido e vendido. Desde então, os vencedores do Mundial não ficam com o troféu original.
Ou seja, a Taça que os jogadores argentinos exibem não é o original. É uma réplica de bronze, banhada a ouro, apelidada como "troféu dos vencedores". O original, apenas sai da sede da FIFA, na Suíça, para o início do Mundial e para a seleção campeã o levantar no estádio. Depois, regressa a "casa". Os futebolistas campeões podem ainda receber um mini-troféu como recordação, embora não seja claro se é a FIFA ou a Federação de cada país que os oferece.
O troféu original do Mundial é feito de ouro sólido (cerca de 75% dele) e mede 36,5 centímetros. Tem 13 centímetros de diâmetro e pesa pouco mais de seis quilos. Com o preço atual do ouro, estima-se que custe cerca de 235 mil euros a produzir uma nova Taça, embora a "verdadeira" tenha um valor estimado de cerca de 18 milhões de euros.
O roubo que mudou a história
Entre 1930 e 1938 o troféu original (na altura apelidado Vitória e que depois foi renomeado para Jules Rimet) andou pelas mãos das seleções do Uruguai e da Itália, por terem conquistado o Campeonato do Mundo. No entanto, durante a Segunda Guerra Mundial, ficou escondido numa caixa de sapatos debaixo da cama do vice-presidente da FIFA Ottorino Barassi, para evitar que fosse parar às mãos erradas.
Depois da guerra, o troféu foi entregue a mais quatro vencedores até que foi roubado em 1966 durante uma exibição pública. Foi encontrado uma semana depois por um cão chamado Pickles num jardim no sul de Londres. Quatro meses depois, a rainha Isabel II entregou-o a Bobby Moore, capitão da Inglaterra, aquando da conquista do Mundial desse ano. Em 1970, o troféu ficou em definitivo nas mãos do Brasil, até ter sido roubado, como mencionado acima.
Agora, Messi e os jogadores da seleção argentina andam com o troféu concebido por Silvio Gazzaniga. Mas não é o original.