A FIFA oficializará, esta quarta-feira, a atribuição do Mundial 2030 à candidatura que junta Portugal, Espanha e Marrocos. O evento está à distância de quase seis anos, mas o preparativos já estão em marcha. Depois de ter organizado o Europeu em 2004, Portugal receberá pela primeira vez um Campeonato do Mundo.
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Quando vai acontecer a competição?
Embora o calendário ainda não esteja definido, bem como os estádios onde os jogos serão realizados, a expectativa é que o Mundial 2030 decorra entre 8 de junho e 21 de julho de 2030. O evento durará mais tempo do que tem sido regra devido ao aumento de número de seleções participantes na prova, já em 2026.
Como decorreu o processo de candidatura à organização do evento?
Inicialmente, existiam quatro candidaturas à organização do Mundial 2030, todas elas a envolver mais do que um país. Para além da que junta Portugal, Espanha e Marrocos, candidataram-se Argentina/Uruguai/Chile/Paraguai, Reino Unido/Irlanda e Egipto/Grécia/Arábia Saudita. As duas últimas caíram pouco depois e à candidatura sul-americana foi oferecido o arranque do Mundial 2030 (três jogos e cerimónia de abertura), deixando o caminho aberto para o projeto ibérico-marroquino.
Algum dos países envolvidos já recebeu um Mundial?
Para Portugal e Marrocos será a estreia na organização de um Campeonato do Mundo de futebol. Enquanto Portugal já organizou um Europeu (2004), Marrocos já acolheu uma edição da Taça das Nações Africanas (CAN), em 1988, mas nenhum deles recebeu um Mundial. Pelo contrário, a Espanha receberá um Mundial pela segunda vez, 48 anos depois de ter organizado a edição de 1982, que coroou a Itália como campeã do Mundo.
Que importância terá Portugal na organização do evento?
Portugal será o país menos representado dos três organizadores. Apenas duas cidades (Porto e Lisboa) e três estádios (Dragão, Luz e Alvalade) receberão jogos do Mundial, enquanto Espanha contribuirá com nove cidades e 11 estádios e Marrocos com seis cidades e seis estádios. A expectativa é que Portugal acolherá jogos da fase de grupos, dos oitavos-de-final, dos quartos-de-final e, eventualmente, uma das meias-finais, que terá de se realizar no Estádio da Luz devido à lotação do mesmo. Por outro lado, Portugal disponibilizará 16 centros de estágio em Melgaço, Braga, Guimarães, Famalicão, Barcelos, Viseu, Lousada, Porto, Oeiras, Alcochete, Beja, Setúbal, Lagos, Faro, Albufeira e Almancil.
Que investimento financeiro será necessário?
O valor real não é conhecido, mas é certo que o investimento será bastante inferior ao que foi feito para a organização do Euro2004. Os três estádios portugueses envolvidos no projeto vão ser sujeitos a melhoramentos cirúrgicos, mas não necessitam de obras de fundo. O facto de não ser preciso construir nenhum estádio de raiz também diminui consideravelmente os gastos. “Em causa estão pequenas transformações nos estádios. Resta ver qual o investimento nos centros de treino, mas em termos de impacto nas infraestruturas, e mesmo no impacto na economia, será completamente diferente”, explicou Miguel Cardoso Pinto, da consultora EY.
Já há seleções apuradas?
Sim. Apesar de a fase de qualificação ainda não ter arrancado, seis seleções já têm presença garantida na competição. Portugal, Espanha e Marrocos, por representarem os países organizadores, mas também Argentina, Uruguai e Paraguai, países que vão receber os três primeiros jogos do torneio, numa alusão à edição do centenário da competição.
Serão introduzidas mudanças no formato do Mundial?
Não. A FIFA decidiu alargar o número de seleções participantes na fase final de 32 para 48, mas isso acontecerá já a partir da próxima edição, a realizar em 2026, no Canadá, no México e nos Estados Unidos. O número de jogos aumentará para 104.