Túnel que ligará Espanha a Marrocos pode ficar concluído até ao Mundial de 2030

Projeto dos túneis que vão ligar Espanha a Marrocos
Secegsa
Com inauguração prevista para antes de 2030, ano em que os dois países serão palco do Campeonato do Mundo de futebol, o túnel que irá ligar, por via férrea, Espanha a Marrocos está orçado em 27,6 milhões de euros.
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É uma intenção que leva décadas e que poderá, literalmente, ver a luz ao final do túnel. Numa visita a Marrocos, no início deste mês, o ministro dos Transportes espanhol, Óscar Puente, assumiu que esperava marcar "o quanto antes" um encontro entre entidades dos dois países com vista a aprofundar os estudos necessários à construção da infraestrutura.
A obra consiste em dois túneis contíguos, com uma extensão aproximada de 39 quilómetros, que percorrerão o estreito de Gibraltar. Pensadas com base no Eurotúnel, que liga a Grã-Bretanha ao continente europeu, as vias deverão ligar as cidades de Punta Palomas, em Espanha, e de Punta Malabata, em Marrocos.
Com previsão de duração de três anos, a construção pode arrancar já em 2025, bem a tempo de os túneis estarem operacionais para o Mundial de futebol de 2030, organizado em conjunto por Portugal, Espanha e Marrocos e que contará, ainda, com três jogos no continente sul-americano. O seu custo inicial fixa-se nos 30 milhões de dólares, cerca de 27,6 milhões de euros, em parte financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) espanhol.
Esta não é a primeira vez que a possibilidade de construção de uma via capaz de ligar os dois continentes é colocada em cima da mesa. Desde a década de 1980 que ela é aventada, sendo que, em 2008, foi mesmo apresentado à União Europeia um projeto tendo em vista a sua construção.
Porém, as dúvidas em torno da exequibilidade do projeto, que muitos viram como utópico, refrearam as intenções dos responsáveis dos dois países, aparentemente, até hoje. Entretanto, chegou a discutir-se a possibilidade de se construir uma ponte no mesmo local, ideia colocada de parte pelos impactos ambientais inerentes e pelo maior risco de acidentes envolvendo embarcações.

