Pausa na corrida serve para aliviar o stress diário das etapas, mas há no pelotão da Volta a Portugal quem defenda que quebra o ritmo competitivo.
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Depois de um demolidor arranque da Volta a Portugal no que toca ao esforço, poderia pensar-se que o dia de descanso, que o pelotão cumpre hoje na Guarda, seria algo de muito desejado, mas, na verdade, esta pausa, imposta pelos regulamentos, divide opiniões.
“Há ciclistas que se dão bem com o dia de descanso, para recuperar o físico e o psicológico, mas outros preferiam continuar, pois melhoram a forma com a competição. Eu adapto-me melhor com a acumulação de dureza”, partilhou com o JN Hélder Gonçalves, da RP-Paredes-Boavista.
O ciclista natural de Barcelos, de 24 anos, considera, ainda assim, que um dia de pausa “vem sempre a calhar”. “Sabe bem para sair do stress da prova. É um dia em que temos apenas de existir, sem grandes horários. É treinar de manhã para o corpo não amolecer, mas à tarde dá para dormir, ver séries e chatear a namorada”, disse.
Já o diretor desportivo da formação axadrezada aponta que, numa prova de 11 dias como a Volta, um dia descanso no meio “até pode ser contraproducente” para os corredores. “Corta a rotina e a habituação do corpo ao esforço. Até há quem regresse pior do dia descanso. Seria bem mais benéfico se as etapas começassem mais cedo para chegarmos ao hotel também mais cedo para recuperar no final das tiradas”, salientou José Santos, lembrando que apesar do dia ser descanso os ciclistas vão pedalar uma a duas horas para manterem o andamento.